Principal liderança do PDT, o ex-ministro Ciro Gomes lamentou, nesta segunda-feira (08), em entrevista ao UOL, a postura adotada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de insistir no lançamento de uma candidatura que não une o campo progressista e pode abrir o caminho para reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro em 2022.
Ciro pregou a renovação e chegou a citar que, ao invés de apresentar o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o PT poderia apostar em outros nomes – como o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B) ou o governador do Ceará, Camilo Santana (PT) – extraordinário governador que, em 2018, foi reeleito com mais de 80% dos votos.
O líder pededista condenou o ‘lulo-petismo’ corrupto que não está interessado em resolver os problemas da Nação. Sobre o projeto do PT em eleger Fernando Haddad ou, mesmo, alimentar a aposta na candidatura de Lula, Ciro disparou: “Não contem comigo para esse circo”. Ciro fez um apelo para a estratégia infrutífera que é o debate sobre a elegibilidade ou não do líder petista.
“Nós vamos ficar discutindo: o Lula é elegível? O Lula é inelegível? Olha, esse filme eu já vi. Não contem comigo. Não contem comigo para esse circo mambembe porque a tragédia brasileira não permite mais contemporização’’, afirmou o ex-ministro, ao reconhecer que o ex-presidente Lula é o líder progressista mais importante do País, mas que a volta ao passado dará sequencia a tragédia que estamos enfrentando hoje.
Segundo Ciro Gomes, a oposição ao Governo Bolsonaro, ao invés da divisão e dos conflitos, deveria sentar à mesa e discutir uma estratégia contra o atual modelo político e administrativo.
“Nós não tínhamos nada que ficar brigando entre nós. Nós tínhamos que estar todos sentados ao redor de uma mesa, discutindo basicamente o que aconteceu para o povo nos abandonar. Se a gente não entender isso, não é punir ninguém, é para gente ter humildade e pedir reconciliação com nosso sofrido povo, que afinal de contas é vítima de tudo isso”.