O ex-ministro e pré-candidato a presidente da República em 2018 pelo PDT, Ciro Gomes, criticou duramente, nesta terça-feira, 13, a aproximação do PT com o PMDB na sucessão no Congresso Nacional. “Considero inacreditável que o PT troque um compromisso com o País, com a decência, com a democracia, com o enfrentamento ao golpe e aos golpistas, por um carguinho, uma sinecura; por meia dúzia de quinquilharias do poder”, afirmou Ciro, em Fortaleza, antes de proferir palestra na sede da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará.

“Se isso acontecer na Câmara, especialmente, ou no Senado, terá sido porque de fato o PT não aprendeu nada com toda a grande tragédia que aconteceu com ele”, emendou Ciro. Mesmo não descartando contar com um futuro apoio petista à sua pretensão de candidatar-se a presidente, Ciro argumentou que não poderia, a pretexto de querer a legenda como aliada, deixar de fazer as críticas.

“Como é que pode o PT, sendo o partido que foi golpeado, que denunciou para o País e para o mundo que o País experimentou um golpe, trocar o compromisso com o futuro por meia dúzia de carguinhos irrelevantes na burocracia da Câmara e do Senado?”, insistiu o ex-ministro.

Ciro confirmou o nome do deputado André Figueiredo (PDT) na disputa na Câmara. E elogiou a coragem do colega de partido, mesmo admitindo que André não tem chances de vencer. “É preciso lutar. Tem uma piada que ensina sobre isso. Diz que o cidadão ia todo dia ao santo pedir para ganhar na loteria. E um dia o santo reclamou: ‘Rapaz, pelo menos, joga, né?’. Então, precisamos criar alternativas. E o André teve a coragem. É um cara limpo, decente, respeitado”, afirmou.

Para Ciro, André se apresenta como uma mudança política dentro da Câmara. “Se não houver alternativa, vai dar nisso daí mesmo: nesse pragmatismo irresponsável, nessa pusilâmine corrupção fisiológica, que domina o País”, comentou.

Com informações O Estado de São Paulo