Candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, deu início à sua campanha em Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, ao lcom um discurso nacionalista na economia e duro na questão da segurança pública para uma plateia majoritariamente feminina.
Ele voltou a falar que, se eleito, vai refinanciar a dívida de 60 milhões de brasileiros inscritos no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), dessa vez detalhando que o programa pode exigir que os bancos públicos abram linha de crédito de até R$ 60 bilhões para atender a promessa.
Ciro vai concorrer à Presidência pela terceira vez e sem alianças com outros partidos, depois de tentar se associar aos partidos do Centrão (DEM, PRB, PR, Solidariedade e PP) e com as legendas de esquerda, PSB e PCdoB.
— Eu faço um leilão e aquelas empresas financeiras, bancos e de cartão de crédito e de crediários que me derem o maior desconto serão as primeiras a serem refinanciadas. E pega os mais pobres de baixo para cima e empresta pelo Banco do Brasil e pela Caixa em até 36 meses de prazo — disse Ciro a jornalistas na chegada ao comício.
Segundo ele, os feirões de negociação de dívida do Serasa têm dado desconto médio para os devedores de 80% em média. O pedetista acredita que com o programa do governo esse desconto nas dívidas pode chegar até 90%.
— O brasileiro médio está devendo R$ 1.200. Isso se eu picar as prestações em 36 meses ele vai pagar prestação ao redor de R$ 40 por mês e vai fazer ele a sair da humilhação e ajudar o país a voltar a turbinar a economia — argumentou.
— Se nos chegarmos ao limite de todo mundo (negociar a dívida), estamos falando em R$ 60 bilhões — acrescentou.
Ciro disse que os bancos privados também poderão aderir ao programa de refinanciamento se quiseres, mas terão que seguir algumas condições e, em compensação, podem liberar mais recursos dos depósitos compulsórios que deixam no Banco Central.
— Eles terão que dar desconto muito grande para entrar no projeto e, se quiserem fazer a estrutura de refinanciamento pela linha privada, eles serão obrigados a praticar um juro sério que o governo vai fiscalizar e eu posso entra o afrouxar um pouquinho os compulsórios — explicou.
Já no palco, Ciro adotou um tom nacionalista na questão econômica e voltou a dizer que, se eleito, pretende rever as concessões na área de petróleo.
Quando tratou da segurança, o candidato do PDT tentou demonstrar que terá pulso firme para combater o crime organizado e usou a morte da ex-vereadora Marielle Franco, assasinada em março e cujo crime ainda não teve solução, para elevar o tom contra milicianos e traficantes.
— Quem matou a Marielle? Se vocês não entregarem os culpados até dezembro deste ano, eu assumo a Presidência eu venho buscar a milícia, o narcotraficante, o comando vermelho, seja quem for e vai para presídio federal e ficará incomunicável.
Com informações O Globo