A disputa pela Prefeitura de Fortaleza tem um componente que pode ajudar a melhorar o desempenho dos pré-candidatos que, nesse momento, se movimentam para ganhar mais visibilidade e entrar na campanha com força para conquistar uma vaga no 2º turno: trata-se da figura do padrinho político.

Quanto maior é o peso político do líder que banca uma pré-candidatura, maiores serão as chances do afilhado crescer junto ao eleitorado. A força política ganha ainda mais peso quando é acompanhada de uma máquina administrativa. Seja do Governo Federal, do Governo Estadual ou Governo Municipal.

CIRO, ELMANO, CAMILO, LULA E BOLSONARO

A disputa pela Prefeitura de Fortaleza tem três pré-candidatos que apostam fichas nos líderes que os bancam para garantir uma vaga no 2º turno da briga eleitoral que começa após o encerramento das convenções partidárias. As convenções que irão oficializar candidaturas e alianças serão realizadas entre os dias  20 de julho e 5 de agosto.

O peso político e eleitoral dos padrinhos dos pré-candidatos pode ser definido pela popularidade, pelo poder de convencimento para atrair apoios, pelo equilíbrio do discurso e, claro, pela máquina administrativa de quem a conduz.

Dos seis pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza, três – José Sarto (PDT), André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT), tem padrinhos com força política e eleitoral. Outros três pré-candidatos – Capitão Wagner (União Brasil), Célio Studart (PSD) e Eduardo Girão (NOVO), não tem padrinhos políticos.

SARTO E CIRO

Fora do poder e isolado após o racha entre PT e PDT, o ex-presidenciável Ciro Gomes é o padrinho político do prefeito José Sarto. Ciro participa de articulações, mas o canal para garantir mais partidos na base de apoio à reeleição de Sarto ficou bem estreito e o PDT terá apenas siglas de menor expressão eleitoral na aliança que está sendo montada.

A poucos dias para a abertura do período das convenções, o PDT avançou para estruturar a coligação com o PSDB, Cidadania, Agir, Avante, DC (Democracia Cristã), Mobiliza, PRTB e PRB.

ANDRÉ  E BOLSONARO

O deputado federal André Fernandes, pré-candidato do PL, tem um segmento do eleitorado que pode abrir os caminhos para leva-lo ao 2º turno. André tem o guarda-chuva da força política e eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro que o acompanhou em agendas no Ceará e, também, na propaganda partidária do rádio e da televisão.

Considerado um bolsonarista raiz por   assumir com convicção as bandeiras do líder do  PL, André atrai a atenção dos eleitores de direita e, na pesquisa do Instituto Datafolha, ao ser citado por 12% dos entrevistados, mostrou que apresenta potencial de crescimento.

Quanto mais os eleitores o identificarem como bolsonarista, maior será o índice de aceitação da pré-candidatura de André na corrida pela Prefeitura de Fortaleza.

LULA, ELMANO, CAMILO E EVANDRO

Filiado ao PT há pouco mais de seis meses, o presidente da Assembleia Legislativa e pré-candidato a prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, reúne o maior grupo de líderes políticos na palanque da disputa pela Prefeitura da Capital.

Evandro aparece com 9% das intenções de votos na primeira pesquisa do Instituto Datafolha e tende a crescer a partir da entrada dos seus padrinhos políticos na agenda da campanha.

A pré-candidatura de Evandro surgiu a partir de uma articulação do Ministro da Educação, Camilo Santana, e do  Governador Elmano de Freitas. Antes da entrada de Evandro nos quadros do PT, Camilo e Elmano o levaram ao presidente Lula que o abraçou e o desejou votos de boas vindas.

O grupo construirá o suporte eleitoral que pode levar Evandro ao segundo turno. A articulação de Camilo e Elmano garante, na largada, uma aliança partidária com 9 legendas que reúnem, além do maior fundo de campanha, a maior fatia do tempo da propaganda de rádio e televisão. A aliança liderada pelo PT tem, nesse momento, o MDB, PSB, PP, Republicanos, PV, PC do B e PSD.

CAPITÃO WAGNER, SEM PADRINHO, MAS COM FORÇA ELEITORAL

O pré-candidato do União Brasil, Capitão Wagner, integrou a base de apoio do Governo do então presidente Bolsonaro, mas, em 2022, a disputa ao Palácio da Abolição os distanciou.

O União Brasil tinha a pré-candidatura da senadora Soraya Thronicke à Presidência da República e, pela legislação, Wagner não tinha como construir um palanque com um candidato de outro partido, ou seja, com Bolsonaro. 

O distanciamento o deixou, porém, confortável:  Wagner não queria vínculo direto com o então presidente e candidato à reeleição porque, no Ceará, a popularidade de Jair Bolsonaro estava em baixa.

Wagner pagou um preço alto, foi cobrado pelos eleitores que o queriam ao lado de Bolsonaro e, aos poucos, perdeu esse espaço para o deputado federal André Figueiredo que surge como herdeiro do bolsonarismo no Ceará.

Mesmo sem padrinho político e ancorado pelas expressivas votações que recebeu nas eleições de 2012, 2014, 2016, 2018, 2020 e 2022, Wagner abre a pré-campanha com 33% das intenções de votos, de acordo com a primeira pesquisa do Instituto Datafolha.

A liderança do pré-candidato do União Brasil retrata a força eleitoral individual, mas, entre os aliados, há um temor de que a performance de Wagner não se mantenha ao longo da campanha.

CÉLIO STUDART E OS ANIMAIS

A exemplo do Capitão Wagner, o pré-candidato do PSD, Célio Studart, angaria 8% das intenções de votos sem padrinho político.

A atuação parlamentar, com a defesa da causa animal, proporciona a Célio Studart a lembrança dos eleitores que o levaram a uma boa pontuação na pesquisa do Datafolha.

Os números da pesquisa fazem aumentar a pressão do PSD para indicar um nome para compor, como vice, a chapa encabeçada pelo pré-candidato do PT, Evandro Leitão. O PT e o PSD são aliados ao Palácio da Abolição e deverão estar no mesmo palanque no primeiro turno da disputa pela Prefeitura de Fortaleza.

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