Em reunião na manhã deste sábado na casa do empresário Benjamin Steinbruch, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, prometeu ajustar seu discurso, sobretudo na área econômica, para ter o apoio do DEM. O encontro reuniu os principais líderes do chamado “centrão”; Steinbruch é filiado ao PP e está cotado a ser vice do pedetista. As informações sãodo Jornal O Globo.
Ciro disse que poderá incorporar algumas das propostas dos democratas. Apesar dos avanços nas negociações, ainda não houve definição de uma aliança. A ideia é que em duas semanas eles se dediquem a alinhar o discurso para que um apoio se concretize.
Participaram do encontro o presidente do PP, Ciro Nogueira; do Solidariedade, Paulinho da Força; do PRB, Marcos Pereira; do PDT, Carlos Lupi, além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A reunião foi dividida em dois momentos, um com Ciro e outro reservado aos parlamentares do centrão.
Ciro falou e ouviu muito e se comprometeu em acatar parte das demandas dos partidos. O encontro durou quase três horas. Na negociação com os democratas, as principais resistências são sobre as posições de Ciro em relação às reformas trabalhista e da Previdenciária. Ciro fala em revogar a
reforma trabalhista aprovada por Temer e defende um sistema de capitalização para a Previdência. A intenção do pedetista de modificar a regra do teto de gastos, também aprovada por Temer, é encarada como um “problema menor”.
Ao sair do encontro, perto das 11h30, antes de acabar, o ex-ministro Marcos Pereira afirmou que o grupo estava “caminhando”, sem dar mais detalhes. Às 12h30, Paulinho da Força disse que o clima do encontro foi “bom” e ACM Neto afirmou que o fato de ele ter acontecido na casa de Steinbruch foi devido à relação de amizade com o empresário.
Na última quarta-feira, caciques de DEM, PP, PRB, PR, PSC e PHS haviam se reunido na casa de Maia, em Brasília. No caso do PRB, a predileção é pelo tucano Geraldo Alckmin (PSDB), que esteve na noite de sexta-feira ao lado de Pereira em um evento evangélico.
Já Ciro tem a preferência do PP e do Solidariedade. A cúpula do DEM é simpática a Ciro, pois vê no pedetista um candidato mais competitivo que Alckmin e, portanto, mais forte para isolar o PT na disputa. Mais distante, o PR, de Valdemar Costa Neto, flerta com Jair Bolsonaro (PSL), mas a relação com o deputado esfriou após Magno Malta dizer que não será mais vice na chapa.