“Parece que o Lula não tá sabendo muito bem o que está acontecendo no país”, disse o pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT-CE), em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, no programa 90 Minutos, nesta quinta-feira (1º). A afirmação é uma resposta à declaração, em entrevista à Folha de São Paulo, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que “Ciro anda falando demais. O Ciro ou vai para a direita ou não pode brigar com o PT”.
“Tem que ter muita paciência porque não é nada fácil para um homem que tem a trajetória do Lula, carregar hoje 12 anos e um mês de cadeia, já em 2ª instância, com mais não sei quantos processos. Não é fácil para ninguém. Tenho coração antes de ser da luta, que sou muito também”, falou à Rádio Bandeirantes.
Ciro criticou a divisão do país entre esquerda e direita que, segundo ele, é o raciocínio do ex-presidente. “A conclusão dele é que ou é subordinado do PT ou do PSDB. Essa velha história de repartir o país entre coxinhas e mortadelas. Enquanto isso, o país sofrendo todos os tipos graves de problemas – coisas que deveríamos estar discutindo”, disse.
O ex-governador do Ceará acredita que a imagem do petista está melhor que a do partido em si. “O PT foi varrido em várias cidades. Perdeu eleições no Brasil interior, em todas as grandes cidades do inteiror de São Paulo. É uma repulsa generalizada. Lula não está percebendo isso”.
Eleições
O pré-candidato também aposta em um cenário eleitoral sem Lula. “Eu acredito que o Tribunal não permita que ele seja candidato”, disse. Segundo ele, “com a lei da ficha limpa, numa situação parecida, nunca ninguém conseguiu se tornar candidato”.
Sobre o encontro com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, Ciro explicou: “Ele me convidou para jantar e eu fui. O assunto era preocupação que eu e ele temos com o andar da carruagem do Brasil”. O político não confirmou possíveis alianças com o petista.
Segurança pública
Sobre a violência que não só afeta o Rio de Janeiro, mas também o Brasil todo, Ciro disse que não acredita que as Forças Armadas – em referência a intervenção federal – possa resolver os principais problemas. “Nunca aconteceu em nenhum lugar mundo”, falou.
Ele também afirmou que, se fosse presidente, não tomaria a decisão de Michel Temer – decretar a intervenção no Rio. “O Exército e as Forças Armadas podem apoiar os esforços de restauração do esforço da leia e da ordem”. Para ele, um sistema de inteligência e informação é capaz de resolver a violência.
“Essa guerra da forma tradicional, com a mesma legislação, é completamente irresponsável. Precisa montar um sistema de inteligência para rastrear os caminhos do fuzil, por exemplo. Hoje você tem os drones, satélites e uma série de recursos tecnológicos”, comentou sobre os problemas nas fronteiras – principal porta de entrada de drogas e armas.
Com informações UOL