O ex-secretário de Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, conclamou os jovens a participarem com maior freqüência das discussões políticas e destacou que o envolvimento da população nesses debates é importante para o Estado se fazer mais presente na educação, na saúde e na questão da ocupação urbana.
Citado como um nome para concorrer ao Governo do Estado em 2022 pelo PSDB, o ex-secretário de Saúde considera que, mais importante do que falar em candidatura, é discutir com a população, com os jovens, melhores caminhos para a política por meio da participação cidadã.
Cabeto, em entrevista, nesta segunda-feira, ao Jornal Alerta Geral, classifica a reeleição como um ‘câncer’, tacha de toma lá dá cá o uso das emendas parlamentares ao Orçamento da União, pede os jovens para ajudarem a renovação na política, não a renovação no modelo de capitania hereditária, de monarquia, de pai para filho, e promete participar de discussões que contribuam para avanço no sistema de saúde que desenvolveu nos 2 anos e 7 meses que esteve como Secretário da Saúde.
DEBATE SEM OPORTUNISMO ELEITORAL
‘’É hora de pautar a discussão da miséria de uma maneira certa, sem populismo, sem oportunismo eleitoral’’, disse o ex-secretário da Saúde, para quem discutir candidatura com um ano de antecedência é esconder a realidade das dificuldades enfrentadas pela população após mais de um ano de pandemia
Cabeto expôs divergências, em sua passagem pela Secretaria da Saúde, com o modelo de gestão fiscal que prioriza gastos em obras em detrimento da qualidade de vida e nominou o então Secretário da Fazenda, Mauro Filho, nesses conflitos.
‘’Precisamos sair desse vício de alcançar o equilíbrio fiscal através da lesão das pessoas. As pessoas são patrimônio da sociedade. Estou preocupado e vou participar de discussões em todo o Estado para dar continuidade a um projeto de participação social, agregando pessoas mais jovens’’, disse Cabeto, que considera importante que os jovens tenham mais interesse pela política, para uma renovação adequada, não passando de pai para filho, como uma capitania hereditária.
TRANSFORMAÇÃO ÉTICA NA SAÚDE
Cabeto faz um balanço sobre as ações de sua gestão na saúde e uma das principais transformações, segundo ele, é no campo ético, com um serviço que eliminou as filas de espera por consultas e cirurgias e melhorou as condições de atendimento da população na rede estadual de saúde sem a necessidade da interferência política.
“A questão do acesso é a grande demanda da sociedade. Então, ter essas filas transparentes e o serviço funcionando com efetividade é muito importante. Nós vimos isso quando começamos a melhorar a regulação e acabaram as filas do HGF e da emergência de Messejana porque ficou transparente a metodologia e os métodos, destaca Dr. Cabeto”, ao lembrar que, com esse modelo de prestação de serviço, não há necessidade das pessoas recorrerem aos pedidos políticos para furar a fila à espera de uma con sulta, de uma cirurgia ou internação.
CANDIDATURA EM 2022
Ao ser questionado sobre as manifestações que o apontam como um possível candidato ao Governo do Estado em 2022, Cabeto desconversa, mas, ao longo da entrevista, valoriza os temas sobre a política ao enfatizar a importância do debate para melhor eficiência das ações que dependem do poder público.
“É muito importante que o cidadão cearense não se deixe iludir por promessas falaciosas, por ações milagrosas e imediatas, isso não resolve o seu problema. É preciso que o Estado esteja mais presente de forma mais assertiva na educação, na saúde, na questão da ocupação urbana”, disse Cabeto, que, após deixar a Secretaria de Saúde, tem se dedicado em tempo integral ao consultório de cardiologia, sem se furtar, porém, à participação nos debates políticos.
Quando perguntado se, para contribuir mais com a melhoria dos serviços prestados pelo poder público, poderia entrar na política, Cabeto respondeu que, “Sem a política, é a barbárie’’ e afirmou que ‘’É preciso trazer o debate político da forma adequada e a imprensa tem colaborado muito’’.
Confira abaixo a entrevista na íntegra.
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