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A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para cima a projeção de vendas para o Natal e ampliou a possibilidade da contratação de trabalhadores de forma temporária na área, de 72,7 mil para 76,5 mil. O número, mesmo com incertezas, deve ser melhor do que em 2017.

“Além da menor pressão sobre a inflação em agosto e setembro, o mercado de trabalho registrou os maiores saldos positivos de vagas formais em cinco anos. Naturalmente, com a melhora nas expectativas de vendas, a demanda por trabalhadores temporários no varejo deverá crescer”, diz Fabio Bentes, chefe da divisão econômica da CNC.

A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Assertem) prevê a abertura de 434.429 postos temporários em todo o país, 10% a mais do que em 2017, especialmente nos segmentos farmacêutico, alimentício, químico e agroindustrial. Há previsões mais otimistas, como as da Luandre, consultoria que atende 200 das 500 maiores companhias do Brasil.

A empresa estima em 30% a alta na na oferta de vagas temporárias, sendo parte na indústria, onde as contratações ocorrem entre agosto e outubro, e no comércio, de outubro para a frente. “Outubro e dezembro são os meses em que o varejo mais contrata, seja para vendas diretas ou para a área de logística”, afirma Camilla Ortega, especialista em RH da Luandre.

Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) com 1.168 empresários de comércio e serviços nas 27 capitais do país mostra que as duas áreas devem oferecer 59,2 mil vagas temporárias, acima das 51 mil do ano passado. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados sinalizam uma recuperação gradual da economia e injetam algum otimismo. “Para um país que há pouco tempo fechava postos de trabalho, esse número serve de alento e de oportunidade para muitas pessoas”, diz ela.

Para quem pretende disputar uma das vagas, Marcia Avelar, diretora da NVH Talentos Humanos, afirma que o trabalhador deve ficar atento ao seguinte roteiro: conferir o calendário de contratações, ter um bom currículo, ficar de olho nas redes sociais e bater perna. Para ela, as redes sociais têm sido o foco dos RHs não só para contratações em postos efetivos, mas também nos temporários. Por isso, diz, é preciso prestar muito atenção ao que se publica na internet. “Uma loja não vai contratar quem acabou de difamá-la na internet ou mesmo fez um comentário preconceituoso ou de ódio”, afirma.

Thiago Berka, economista da Apas (Associação Paulista de Supermercados), afirma que há setores mais tradicionais, como o de mercados, que não são tão focados nas redes sociais. Nesse caso, o desempenho olho no olho, na entrevista, conta muito. Um diferencial para ser chamado é demonstrar vontade de saber lidar com todo tipo de pessoa, porque por um supermercado passam milhares de clientes diferentes por dia.”

Confira dicas para conseguir uma vaga

– Fique ligado nas datas – Lojas, supermercados e o setor de serviços começam a contratar neste mês. Comércios menores abrem vagas em dezembro;

– Prepare um bom currículo – Seja curto, objetivo e direto. Cite as três experiências mais recentes e destaque os cursos que tenham a ver com a vaga;

– Busque agências – Agências de emprego geralmente concentram as vagas temporárias. As agências públicas têm cadastro gratuito e auxiliam na elaboração do currículo;

– Gaste sola de sapato – Andar nas ruas ajuda a encontrar cartazes de vagas. Mantenha a boa aparência e tenha sempre um currículo à mão;

– Cuide de suas redes sociais – Departamentos de RH checam nas redes sociais se o candidato é agressivo ou se difamou a loja na internet

– Fique de olho no contrato – Temporário tem direitos como carteira assinada e férias e 13º proporcionais. Se informe sobre hora extra, almoço e se deve trabalhar em feriados e fins de semana;

Com informações do Jornal Folha de São Paulo