Os presidenciáveis mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto parecem ter um desafio e tanto a duas semanas do prazo final para o registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): encontrar um vice para compor suas chapas. Mesmo depois ou bem perto das últimas convenções, que acontecem neste fim de semana, nenhum deles conseguiu bater o martelo, o que só aumenta as especulações e uma sucessão de nomes que não consegue parar em pé.

Embora as campanhas não admitam as sondagens, três nomes engrossaram a lista de recusas ao posto. Candidato apoiado pelo Centrão, o tucano Geraldo Alckmin já sabe que não poderá contar com a senadora Ana Amélia (PP) e o ex-deputado Aldo Rebelo (Solidariedade). “Fico muito honrada mas o tamanho da minha perna dita o tamanho do meu passo seguinte. Fico muito feliz de ser lembrada mas não houve convite nem do meu partido nem de nenhum lado. E, se houvesse, minha resposta seria não”, afirmou a senadora.

Aldo Rebelo negou que esteja em negociação para compor a chapa de Alckmin e descartou considerar a hipótese. A mesma dificuldade atinge a campanha de Marina Silva (Rede), que tentou atrair o ator Marcos Palmeira para vice, como sugeriu o porta-voz do partido Pedro Ivo, na última sexta-feira.

“A Marina sempre está querendo me alavancar a uma candidatura ao governo, a deputado ou ao Senado. E o Pedro Ivo ventilou a possibilidade de eu ser vice. Fiquei muito honrado, nunca me imaginei estar nesse lugar, mas não é o momento”, disse Palmeira ao Jornal O Globo, acrescentando que pretende participar ativamente da campanha.

Alckmin ainda trabalha com o cenário de chegar à convenção nacional do PSDB neste sábado com o vice no palanque. A primeira opção do tucano foi o empresário Josué Gomes (PR), filho do ex-vice-presidente José Alencar, indicado pelo Centrão — bloco formado pelo DEM, PP, PR, PRB e SD. Mas ele recusou. Alckmin pretende comparecer a convenção nacional do DEM, na quinta-feira, em Brasília. O presidente nacional da sigla, ACM Neto, ganhou dos demais partidos do Centrão a missão de negociar diretamente com o tucano a escolha do seu vice na chapa eleitoral.

No caso do PDT, o presidente da legenda, Carlos Lupi, e o presidenciável Ciro Gomes dizem ter convidado apenas um nome: Josué Gomes, que também foi cobiçado por Alckmin. Atualmente o posto está condicionado ao apoio a nível nacional do PSB. O nome mais cotado é o do ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. “Não há novidades. Estamos trabalhando na decisão do PSB — diz o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE).

O pré-candidato pelo PSL, o deputado federal Jair Bolsonaro, também tem colecionado “nãos”. Já foram cogitados para compor sua chapa o senador Magno Malta, o general da reserva Augusto Heleno, o também general Antonio Mourão, a advogada Janaína Paschoal, o astronauta Marcos Pontes e o príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança.

Com informações do Jornal O Globo