Os olhares de milhões de brasileiros estão voltados, nesta quinta-feira (22), ao Pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que começou a julgar uma ação movida pelo PDT com pedido de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A abertura da sessão, aconteceu às 9 horas, tem a leitura do voto do relator do processo, que é o ministro Benedito Gonçalves. O relatório tem quase 500 páginas. Após a longa apresentação do parecer, será iniciada a votação. Se algum ministro pedir vistas para uma leitura mais aprofundada da denúncia, o julgamento será suspenso.
Caso condenado, Bolsonaro perderá os direitos políticos e ficar inelegível por oito anos. O PDT pede a punição do ex-presidente por abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação oficiais no período pré-eleitoral no ano passado.
Durante reunião no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, com transmissão ao vivo pela TV Brasil, Bolsonaro se reuniu com embaixadores e fez ataques ao sistema eleitoral. O PDT considerou que o uso do patrimônio para fins eleitorais caracteriza improbidade administrativa.
DESTINO NAS MÃOS DE 7 MINISTROS
O destino do líder do PL está nas mãos de 7 ministros – Alexandre de Moraes, Kassio Nunes Marques, Cármen Lúcia, André Ramos Tavares, Floriano de Azevedo Marques, Benedito Gonçalves e Raul Araújo Filho, que é cearense. O ministro Benedito Gonçalves ocupa, também, o cargo de corregedor-geral da Justiça Eleitoral.
- Alexandre de Moraes
- Raul Araújo
- Floriano de Azevedo Marques
- André Ramos Tavares
- Cármen Lúcia
- Nunes Marques
- Benedito Gonçalves
EXPECTATIVAS E DESDOBRAMENTOS
A decisão sobre o destino do ex-presidente Bolsonaro é cercada de expectativas porque pode gerar impacto na agenda do PL e, principalmente, do cenário de 2026. Pouco mais de cinco meses após deixar a Presidência da República, Bolsonaro continua como nome mais forte no campo da direita e da oposição ao Governo Lula.
Uma decisão adversa do TSE redefinirá os planos do Partido Liberal que poderá buscar outra alternativa ao Palácio do Planalto, deixando, assim, o ex-presidente como um privilegiado cabo eleitoral, tanto para as eleições de 2024, quanto para o pleito de 2026.
O ex-presidente Bolsonaro demonstrou pessimismo sobre os rumos que podem ser definidos pelo TSE. Em entrevista, na noite dessa quarta-feira, Bolsonaro foi lacônico: “Hoje em dia, é quase uma unanimidade que vou perder a ação. Essa é uma verdade”, disse o ex-presidente. Ao ser questionado se citaria outro nome caso seja condenado, Bolsonaro disse que não poderia externar uma derrota antecipada: “Não vou aqui passar um atestado de derrotado’’, disse Jair Bolsonaro.
LEIA MAIS