Diante da pressão de caminhoneiros, técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério dos Transportes estão discutindo ajustes na tabela do frete para incorporar o reajuste de 13% no preço médio do diesel. A reunião ocorre na sede do Ministério e segundo interlocutores, o objetivo é divulgar o mais rápido possível os novos valores, com base no novo preço do combustível, que entrou em vigor no sábado. De acordo com a lei sancionada recentemente pelo presidente Michel Temer e que criou uma política de preços mínimos para o transporte rodoviário de carga, a tabela precisa ser corrigida toda vez que o preço do diesel oscilar 10%, para cima ou para baixo.

Com o aumento, o preço médio do litro do diesel cobrado nas refinarias pela Petrobras subiu de de R$ 2,03 para R$ 2,29. O valor estava congelado desde junho como parte do pacote de medidas acordadas entre o governo e os caminhoneiros para acabar com a greve. Mas foi reajustado por causa do aumento do dólar e da cotação do combustível no mercado internacional.

O tabelamento do frete está em vigor desde 30 de maio e apesar das críticas do setor produtivo que alegam que ela tem distorções, a ANTT só deve mesmo ajustar os valores para acomodar o novo preço do diesel. A proposta de uma nova tabela só deve entrar em consulta pública em outubro. A ANTT abriu uma tomada de subsídios para colher sugestões da sociedade. O prazo encerrou e agosto e a Agência ainda está analisando as recomendações recebidas.
Caminhoneiros negam nova paralisação

Líderes dos caminhoneiros que fazem parte do processo de negociação com o governo negam que a categoria fará uma nova paralisação por causa do aumento do diesel. O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac), de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti, disse que a ideia é pressionar a ANTT para que a Agência cumpra a lei e amplie a fiscalização para exigir o cumprimento da tabela.

— Não é hora de parar o país. Vamos parar a ANTT se ela incluir o aumento do diesel na tabela — disse o sindicalista.

 

Com informações O Globo