O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), faz as contas e trabalha com uma leitura de que, com o caixa turbinado em R$ 1 bilhão, 900 milhões, terá condições de pavimentar uma vitória na disputa pela reeleição em 2024. O dinheiro sairá de empréstimos autorizados pela Câmara Municipal.
A contratação de um dos empréstimos, no valor de US$ 155 milhões – aproximadamente, R$ 770 milhões, foi autorizada, em regime de urgência, sem muito debate, nesta quarta-feira, e será feito junto à CAF (Corporação Andina de Fomento). Os recursos serão destinados ao Programa de Urbanização e Mobilização da Capital.
Sarto contará, também, com outros R$ 1 bilhão e 250 milhões de empréstimos autorizados, no início do mês de fevereiro, pela Câmara de Vereadores. São R$ 600 milhões de empréstimo junto ao Banco do Brasil, R$ R$ 250 milhões na Caixa Econômica Federal e R$ 400 milhões, de acordo com a mensagem aprovada, com “instituições financeiras selecionadas em chamada pública”. As verbas irão cobrir despesas com políticas públicas e obras de infraestrutura.
A folgada base de apoio parlamentar, sob articulação do presidente da Câmara, Gardel Rolim (PDT), dá tranquilidade para Sarto azeitar a máquina administrativa e acelerar obras que o garantirão mais visibilidade a caminho de 2024. Há, porém, turbulência no PDT e o olhar de uma dura oposição capitaneada pelo deputado estadual Carmelo Neto (PL) que começa a mostrar mazelas na rede municipal de saúde.
Indiferente ao barulho ainda lento da oposição, Sarto tem conversado com dirigentes de diferentes partidos e quer montar um amplo grupo de partidos para chegar forte ao final deste ano e concorrer, em 2024, a um novo mandato. As alianças passam, por exemplo, pelo PSD e, estranhamente, pelo PL, que, nas eleições de 2022, bateu duro no modelo administrativo do PDT, mas hoje já faze parte da gestão José Sarto.