Doze meses de funcionamento e 16.630 mulheres atendidas. Esse é o saldo do primeiro ano de funcionamento da Casa da Mulher Brasileira, equipamento que reúne a rede de atendimento à mulher em situação de violência.
“Nós tínhamos uma demanda reprimida, e isso fica muito claro quando vemos os números. Hoje, com a Casa nós conseguimos receber, acolher e ouvir as mulheres em situação de violência. Quando traçamos o perfil desta mulher que nos procura entendemos a importância do equipamento e quais os espaços onde as políticas públicas ainda precisam chegar mais urgentemente. Este trabalho é feito por muitas mãos e está apenas começando”, completou a titula da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), Socorro França.
Ao mesmo tempo em que realizou o atendimento dessa mulher, a Casa sistematizou os dados dessas pessoas atendidas e pôde, então, traçar o perfil da mulher em situação de violência no Estado. Os dados foram organizados pelo Athena, sistema desenvolvido aqui no Estado com vistas a conhecer a mulher atendida. Nesses doze meses, foram realizados 21.907 atendimentos, entre primeira vez e retorno. Apenas este ano foram 12.175 atendimentos. O Athena permitiu identificar que o perfil prioritário da mulher atendida é de Ensino Médio completo, declaradamente parda, católica, com idade entre 25 e 34 anos, solteira e mora na Regional V.
Quem chega à Casa?
“35% das mulheres que procuram a casa estão excluídas do mercado de trabalho e isso é um fator preponderante para que elas não rompam com o ciclo da violência. Aqui nós temos trabalhado essa questão através da autonomia econômica, possibilitando capacitações e cursos para que elas adentrem no mercado de trabalho ou se tornem empreendedoras. Traçar este perfil foi também importante para entendermos que a capacitação profissional é a porta de saída da Casa da Mulher”, expõe a coordenadora da Casa, Daciane Barreto.
No quesito educação, 35% das mulheres atendidas concluíram o Ensino Médio. Em seguida, 22% afirmam ter o Ensino Fundamental incompleto e 13% têm o Superior incompleto. Quando o tema é a renda média, 48% afirmam ganhar entre meio e três salários mínimos; 35% delas não têm renda alguma; e 12% ganham até meio salário mínimo. Apenas 1% das mulheres atendidas ganha mais que cinco salários mínimos.
Quanto à localização, 27% das mulheres atendidas moram na Regional V. Em seguida, vêm as mulheres da Regional VI e Regional III, com 18% e 15%, respectivamente. A faixa etária predominante é de 25 a 34 anos (30%), seguida de mulheres entre 35 e 44 anos (28%) e entre 45 e 54 anos (15%). Mais da metade das mulheres atendidas (56%) é solteira, enquanto 30% são casadas ou vivem em uma união estável. Quanto à raça, cor e etnia, 67% delas se declaram pardas e 21% afirmam ser brancas.