Menos de 24 horas após ser indicado pelo Centrão, o novo presidente do Banco do Nordeste, Alexandre Borges Cabral, foi destituído, na tarde desta quarta-feira, pelo Conselho de Administração da Instituição. O conselho anunciou, ainda, o nome do Diretor Financeiro, Jorge Pontes Guimarães, para responder interinamente pela Presidência do Banco.

Uma reportagem do Jornal O Estado de São Paulo antecipou, em reportagem, nesta quarta-feira, que Alexandre seria destituído porque era alvo de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).

A investigação apura suspeitas de irregularidades, em 2018, na Casa da Moeda durante a gestão de Alexandre Borges. Os prejuízos, de acordo com a reportagem, chegariam a R$ 2,2 bilhões.

Alexandre disse, ao tomar posse, que chegava ao cargo de presidente pelo perfil técnico – ele é funcionário de carreira do BNB, mas, na realidade, a indicação foi política, sendo conduzida pelo Partido Liberal.

O perfil de Alexandre Borges não agradou o Ministro da Economia, Paulo Guedes, que gostaria de ter uma gestão mais técnica e menos política no BNB. A necessidade de constituir uma base parlamentar que o garanta mais apoio no Congresso Nacional fez o presidente Jair Bolsonaro entregar o BNB ao Centrão. A destituição de Alexandre abre a primeira fenda na relação da nova base política com o Palácio do Planalto.

As mudanças relâmpagos na direção do Banco do Nordeste desmerecem e fragilizam a única instituição financeira de desenvolvimento da Região, onde Bolsonaro não goza de popularidade. A decisão sobre as mudanças na direção do BNB desagradam aos setores públicos e privados que querem um Banco com mais condições para conduzir as ações de desenvolvimento regional, expõe uma liderança empresarial, que define como ‘’muito ruim’’ a instabilidade no papel que o BNB precisa cumprir.