A pré-candidata da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, recorreu ao financiamento coletivo, também conhecido como “vaquinha” online, para receber doações para sua campanha à Presidência da República. Marina tem direito a apenas 0,62% dos recursos do fundo eleitoral.

O modelo escolhido por ela, no entanto, traz um diferencial em relação ao usado por outros presidenciáveis: o uso do blockchain. Por esse método, as doações são registradas e criptografadas, e as informações não podem ser alteradas depois, o que evita fraudes e dá mais transparência ao processo.

Até a noite de ontem, Marina havia conseguido R$ 114.754 de 908 doadores listados no site, na plataforma Voto Legal, desenvolvida pela startup AppCívico. Pelas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TST), o valor máximo, por pessoa, é R$ 1.064.

Com o blockchain, qualquer pessoa pode rastrear com segurança quem são esses doadores e quanto eles investiram na campanha da pré-candidata. Segundo o CEO da AppCívico, Thiago Rondon, outros presidenciáveis procuraram a plataforma e alguns ainda cogitam adotá-la. “Candidatos a outros cargos, como governador e senador, também usam a plataforma. Mas, de presidenciável, por enquanto, só Marina”, contou.

PSB analisa as opções

A uma semana da reunião da Executiva Nacional do PSB, o partido pode seguir por quatro caminhos: apoiar o PDT, de Ciro Gomes; o PT; Geraldo Alckmin (PSDB); ou até mesmo seguir com uma candidatura própria. Recentemente, lideranças voltaram a sondar Joaquim Barbosa para sair como cabeça de chapa. No entanto, para pessoas do próprio partido, colocar um nome na disputa à Presidência é “quase impossível”, por estar tão próximo da data da convenção partidária.

Prevista para a próxima segunda-feira, a reunião dos diretórios da sigla definirá o futuro do partido. O anúncio será dado, oficialmente, na convenção partidária, em 5 de agosto. Cobiçado por todos os pré-candidatos, o PSB, contudo, ainda está dividido. No fim de semana, emissários da legenda tentaram, novamente, conversar com o ex-ministro para sair como candidato. Barbosa chegou a se filiar ao partido no início deste ano, mas desistiu de concorrer ao Planalto ainda em abril.

Uma pessoa próxima ao partido, no entanto, disse ao Jornal Correio Braziliense que lançar um candidato próprio à Presidência, a essa altura, seria inviável. Como a divisão dos recursos já foi definida para as candidaturas estaduais e municipais, qualquer mudança afetaria diretamente as campanhas. Refazer os cálculos e enfraquecer a disputa nos estados contrariaria ainda o principal objetivo do partido, que é conquistar cadeiras no Congresso e ganhar força nos governos locais.

Já em conversas avançadas, o PSB discute formar uma coligação com Ciro — há uma agenda programática em torno do PDT que justificaria a aliança. Além disso, dirigentes pedetistas já afirmaram possíveis desistências nas eleições estaduais para apoiar candidatos da sigla.

Para o cientista político Sérgio Praça, o caso do PSB é “particularmente difícil”, pois se trata de uma sigla fragmentada, sem coordenação nacional, que daria autonomia aos estados. “Aliança nacional não determina alianças estaduais. Se o objetivo é aumentar a bancada, a neutralidade é a melhor coisa para o partido, porque vai permitir que cada estado faça suas próprias alianças”, avaliou.

Com informações do Jornal Correio Braziliense