Com 71% de obras concluídas na Fase 1, a ferrovia Transnordestina está com recurso assegurado para dar continuidade e celeridade ao cronograma de obras no Ceará. A afirmação foi dada pelo ministro da Casa Civil do Governo Federal, Rui Costa, que esteve nesta quinta-feira (14) em Piquet Carneiro, no Sertão Central cearense, vistoriando as obras no estado. A visita técnica foi acompanhada pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas; a vice-governadora Jade Romero; o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; a senadora Augusta Brito; os diretores da Transnordestina Logística, Edison Coelho e Alex Augusto Sanches; e outras autoridades.
Estratégica para a economia brasileira, a Transnordestina vai transformar a Região Nordeste em polo exportador e conectar, por trilhos, o sertão e o mar. A ferrovia será fundamental para o escoamento da produção na região, tornando mais integrado e rápido o transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério.
A volta dos investimentos federais, a partir de 2023, viabilizou a retomada das obras da Transnordestina, iniciada no primeiro mandato do presidente Lula. O empreendimento é prioridade do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). “Isso [recurso] está resolvido, agora é pedir celeridade à empresa para que ela contrate o quanto antes todas as etapas. Presidente Lula e nós acreditamos que para um país continental como o Brasil se desenvolver plenamente precisa de capacidade logística e de infraestrutura moderna”, defendeu o ministro.
O objetivo é que a entrega da Fase 1 da ferrovia ocorra até 2027 e até 2029, a Fase 2. Para isso, a ferrovia receberá o aporte de R$ 3,6 bilhões, mediante crédito do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Na última semana, a Sudene autorizou o Banco do Nordeste a assinar o aditivo junto à Transnordestina Logística (TLSA), concessionária responsável pelo trecho que vai de Eliseu Martins, no Piauí, ao Porto do Pecém, no Ceará.
O governador Elmano de Freitas destacou o impacto do empreendimento para reduzir custos, aumentar a produtividade e competitividade, principalmente no Ceará. “Essa região será outra com a Transnordestina. Esse trem é como se passasse 240 carretas emendadas uma na outra. A ferrovia vai possibilitar, por exemplo, trazer insumo para toda a bacia leiteira. Também soja e milho mais baratos para os produtores de leite da região. As fábricas de calçados vão exportar a produção com um frete muito mais barato, com um trem de carga muito grande, que vai baratear os custos dessas empresas e que também nos permite atrair outras empresas para essa região, assim como para o Cariri e para o Centro-Sul”.
De acordo com Rui Costa, há expectativa para integrar, na fase 3, a Transnordestina à ferrovia Norte-Sul, que liga o Maranhão ao Porto de Santos, em São Paulo. O objetivo é integrar portos nos estados do Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia e São Paulo. “O presidente Lula concluiu a Norte-Sul. E para a gente integrar a malha ferroviária e portuária, é preciso que essa ferrovia [Transnordestina], depois que estiver pronta essa etapa, falta só um pedaço muito pequeno para conectá-la à [ferrovia] Norte-Sul. Donos de cargas poderiam, portanto, optar pelo custo logístico mais barato”, acrescentou.
Desde o seu início, a Transnordestina já movimentou mais de R$ 7,5 bilhões, gerando emprego e renda.
Desenvolvimento nos sertões
A Transnordestina tem ao todo 1.206 km de extensão em linha principal e 73 km em linhas secundárias. Ela atravessa 53 municípios em três estados nordestinos (Piauí, Ceará e Pernambuco), partindo de Eliseu Martins (PI) em direção ao Porto do Pecém (CE), passando por Salgueiro (PE).
No Ceará, a ferrovia terá um total de 608 km, contemplando 28 municípios, e funcionará com três terminais de carga. Com isso, será possível atender grandes produtores de grãos a partir do Piauí, mas também a bacia leiteira e pequenos e médios agricultores do Ceará, reduzindo o custo com transporte e aumentando a produtividade. Um dos terminais, com foco em grãos, ficará na região entre Iguatu e Quixadá.
A fase 1, de Paes Landim (PI) ao Pecém (CE), está com 71% de execução avançada.
O diretor de Planejamento e Engenharia da Transnordestina, Edison Coelho, fala do empenho da Companhia para fortalecer a indução do crescimento da região. “Nós, todos os trabalhadores envolvidos, todos, sem exceção, as empresas, estão fazendo uma história. Essa ferrovia é um legado de crescimento”, garante.
Ainda segundo ele, está previsto para o ano que vem o transporte de carga interna no trecho entre Eliseu Martins e a bacia leiteira cearense.