O Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA) acaba de lançar um portal eletrônico para monitorar o número de assassinatos de meninos e meninas de 10 a 19 anos no Ceará. A proposta é dar transparência aos dados e sensibilizar a sociedade sobre o alarmante número de homicídios de pessoas jovens no Estado. Com 981 adolescentes mortos no ano de 2017, o Ceará lidera, hoje, o ranking do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) no Brasil, enquanto, no mesmo estudo, Fortaleza comanda a lista entre as capitais.

No site Cada Vida Importa, também é possível acessar um apanhado de histórias de vida de adolescentes mortos nos últimos anos no Estado, a agenda de atividades do Comitê e todas as publicações do colegiado, lançadas numa parceria entre Assembleia Legislativa, Governo do Estado, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e sociedade civil.

O Comitê acompanha regularmente os levantamentos de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) divulgados no site da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). No ano passado, 5.134 pessoas foram assassinadas no Estado, o maior registro da história do Ceará. Em Fortaleza, 414 adolescentes de 10 a 19 anos foram mortos no território da capital Fortaleza em 2017.

Por defender uma perspectiva de prevenção da violência letal, o Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência vem dialogando com diferentes setores da esfera pública, conselhos de defesa da criança e do adolescente e organizações da sociedade para ofertar 12 recomendações para prevenir assassinatos de meninos e meninas de 10 a 19 anos. Recentemente, o CCPHA promoveu uma campanha para divulgar as ações e reivindicar o cumprimento das medidas de prevenção.

“Vencer o desafio do trágico número de homicídios de adolescentes e jovens no Ceará demanda informações de boa qualidade. Um dos objetivos do Comitê é manter um banco de dados atualizados sobre os homicídios, mas, especialmente, sobre esforços para evitá-los. O site se soma às demais iniciativas de comunicação que desenvolvemos a fim de permitir que a sociedade cearense acesse uma visão mais aprofundada dessa situação, que demanda certamente ações intersetoriais, de curto e longo prazos”, destaca o relator do CCPHA, deputado Renato Roseno.

O site pode ser acessado no endereço www.cadavidaimporta.com.br ou por meio de um link disponível na página principal do portal daAssembleia Legislativa (www.al.ce.gov.br).

Histórico do comitê – Instituído em 2016 na Assembleia Legislativa do Ceará, o Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência liderou uma pesquisa de campo – em parceria com Governo do Estado, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e instituições do poder público e da sociedade civil – que mapeou as famílias que tiveram adolescentes assassinados em 2015 em sete cidades cearenses: Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral, Maracanaú, Caucaia, Horizonte e Eusébio.

Foram ouvidas 224 famílias de adolescentes assassinados. A pesquisa mais abrangente feita no Ceará sobre homicídios na adolescência reuniu 24 profissionais e resultou no relatório “Cada Vida Importa”, assinado pelo deputado estadual Renato Roseno, relator do Comitê.

Com informações do CCPHA