A confiança do consumidor do Brasil piorou pela terceira vez seguida em junho na esteira da greve dos caminhoneiros e atingiu o menor nível em 10 meses, apontando impacto negativo no crescimento econômico no segundo semestre, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 26.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 4,8 pontos em junho e chegou a 82,1 pontos, menor nível desde agosto de 2017 (81,4 pontos). “A greve dos caminhoneiros do final de maio contribuiu para o aprofundamento da tendência de queda da confiança que se desenhava nos meses anteriores”, explicou em nota a coordenadora da Sondagem do Consumidor, Viviane Seda Bittencourt.
De acordo com ela, as perspectivas das famílias sobre o mercado de trabalho são negativas, o que as deixam conservadoras em relação aos gastos. Pelo terceiro mês consecutivo, o ímpeto para compras diminuiu, com o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis retornando ao nível de agosto de 2017 ao recuar 3,8 pontos, para 77,6 pontos, segundo a FGV.
“(Isso) deve impactar negativamente o crescimento econômico no segundo semestre”, completou Viviane. Em junho, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 5,4 pontos, para 71,8 pontos, menor nível desde setembro de 2017 (71,2 pontos). O Índice de Expectativas (IE) teve queda de 4,2 pontos, a 90,0 pontos, patamar mais baixo desde agosto de 2017 (89,9 pontos).
A greve dos caminhoneiros paralisou o abastecimento de combustíveis, alimentos e insumos no país no final de maio, prejudicando atividade econômica e a confiança dos agentes econômicos. Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, mostra que a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano estava em 1,55 por cento, depois de ter chegado a 3 por cento alguns meses antes.
Com informações da Agência Reuters