O Conselho Federal de Odontologia (CFO) deflagrou um movimento nacional contra à implantação de cursos universitários de odontologia à distância. A entidade elabora um abaixo-assinado digital durante o Congresso Internacional de Odontologia que está sendo realizado em São Paulo, com cerca de 100 mil participantes. O documento será encaminhado ao Ministério da Educação.


REPERCUSSÃO NO JORNAL ALERTA GERAL


A proposta de ensino à distância para o curso de odontologia, como relata, no Jornal Alerta Geral, o repórter Sátiro Sales, tramita na MEC desde 2022, é criticada por entidades de cirurgiões-dentistas e gera dura reações de especialistas que defendem a necessidade de formação profissional presencial. Sátiro relata que o argumento das entidades é que essa modalidade de ensino à distância coloca em risco a qualidade da formação dos profissionais e dos atendimentos.


Em novembro, o MEC publicou uma consulta pública sobre o tema e suspendeu, por 90 dias, os processos de autorização de cursos a distância de odontologia. Há, porém, uma portaria da pasta que prevê a possibilidade de que seja preparada uma proposta de regulamentação de ensino nesse formato.


PREJUÍZOS A POPULAÇÃO


O presidente do Conselho Federal de Odontologia, Juliano do Vale, alertou, em entrevista, que esse modelo de ensino gera prejuízos à população.


‘’É temerário que se autorize a formação de cirurgiões-dentistas sem que passem pela vivência clínica, fundamental para o exercício prático da profissão, sob pena de colocar em risco a saúde e o bem-estar dos pacientes’’, expõe Juliano do Vale, em artigo publicado no Jornal O Globo.


O presidente do CFO afirma, ainda, que a odontologia não é uma disciplina teórica, daí ser indispensável o ensino presencial. ‘’Habilidades práticas, como manipulação de instrumentos específicos, não podem ser dominadas sem supervisão de professores. O aprendizado presencial possibilita que os alunos recebam orientações imediatas, contribuindo para o aprimoramento de suas habilidades’’, observa.