O relatório sobre a atividade policial divulgado nessa segunda-feira, 18, pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), mostra que 106 das 157 delegacias de Polícia Civil visitadas no estado estão com inquéritos em tramitação há mais de dois anos.

A média dos inquéritos que levam todo esse tempo para serem investigados na Região Nordeste ficam em torno de 63,81%, já no Ceará o índice  chega a 67,52%. A pesquisa foi dividida pelas regiões do País, sendo referente ao segundo período do ano de 2016.

Há 166 Delegacias de Polícia Civil no Estado, distribuídas entre Fortaleza, Região Metropolitana e o Interior. Das 157 delegacias visitadas, o relatório mostra que apenas 14 têm o número suficiente de servidores, ou seja, 91% das delegacias atuam com quadro de colaboradores insuficiente para o exercício da atividade adequada. O documento também apresenta outro problema, que se refere aos presos que permanecem nas carceragens. 101 delegacias possuem celas e fazem a custódia dos presos, entretanto apenas 4 foram classificadas com ótimas condições de infraestrutura delas; 37 como boas; 33 como regulares e 27 como péssimas. A situação péssimas das celas podem acarretar no aumento no número de fugas, sete das delegacias visitadas registraram evasão durante os últimos meses do ano passado.

De acordo com a integrante auxiliar da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública do CNMP, Vanessa Cavallazi, os promotores são responsáveis por colher esses dados, desde 2015, “o relatório permite ter diagnóstico das delegacias do País inteiro. É um esforço intenso, no sentido de acompanhar o que vem acontecendo aos policiais civis e a partir disso construir políticas públicas. A nossa visita é um momento que o delegado tem para mostrar as dificuldades, durante o dia a dia do trabalho”, afirmou.