O setor público consolidado, formado por União, estados e municípios, registrou saldo negativo nas contas públicas em setembro, de acordo com dados divulgados hoje (29) pelo Banco Central (BC). O déficit primário – receitas menos despesas, sem considerar gastos com juros – ficou em R$ 24,621 bilhões, resultado 15,8% maior do que de igual período de 2017, quando chegou a R$ 21,259 bilhões.
Em setembro, o resultado negativo do Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) chegou a R$ 24,292 bilhões. Os governos estaduais registraram déficit de R$ 872 milhões, e os municipais, superávit de R$ 77 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, tiveram superávit primário de R$ 466 milhões no mês passado.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destacou que o resultado negativo do governo central está concentrado nas contas da Previdência, que registraram déficit de R$ 31,472 bilhões, em setembro. “É o maior déficit para meses de setembro”, disse.
Nos nove meses do ano, houve déficit primário de R$ 59,321 bilhões, contra resultado também negativo de R$ 82,110 bilhões em igual período de 2017.
No acumulado em 12 meses encerrados em setembro, as contas públicas ficaram com saldo negativo de R$ 87,794 bilhões, o que corresponde a 1,29% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
A meta para o setor público consolidado é de déficit de R$ 161,3 bilhões neste ano.
Os gastos com juros ficaram em R$ 14,552 bilhões em setembro, contra R$ 32,049 bilhões no mesmo mês de 2017. Em agosto deste ano, esses gastos estavam em R$ 60,052 bilhões. Segundo Rocha, a redução das despesas com juros no mês
decorre de ganhos do BC com operações de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro). Os ganhos chegaram a R$ 12,765 bilhões no mês passado. Nos meses em que o dólar cai, como ocorreu em setembro, o BC tem ganho com as
operações de swap. Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública.
Os gastos com juros ficaram em R$ 14,552 bilhões em setembro, contra R$ 32,049 bilhões no mesmo mês de 2017.
O déficit nominal, formado pelo resultado primário e os resultados dos juros, atingiu R$ 39,173 bilhões no mês passado ante R$ 53,309 bilhões de setembro de 2017.
De janeiro a setembro, o resultado nominal ficou negativo em R$ 362,663 bilhões, ante R$ 385,236 bilhões em igual período do ano passado. Em 12 meses, o déficit nominal ficou em R$ 488,835 bilhões, o que corresponde a 7,2% do PIB.
Dívida pública
A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 3,543 trilhões em setembro, o que corresponde 52,2% do PIB, com aumento de 1 ponto percentual em relação a agosto (51,2% do PIB).
Em setembro, a dívida bruta – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 5,246 trilhões ou 77,2% do PIB, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a agosto.