Inicialmente bem recebida pelos policiais rodoviários federais em todo o país, pela importância da constante renovação no órgão, a nomeação do novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Renato Antônio Dias Borges, vem causando preocupação na categoria. As fortes interferências políticas têm sido o principal motivo.

Do nada

Sem nunca ter desempenhado um cargo expressivo na instituição, Renato, natural de Goiás, foi presidente do sindicato regional em seu estado de origem e, posteriormente, assessor parlamentar da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF). Também ocupava a função de assessor de um deputado goiano.

 

Sem mérito

Devido à estreita relação no Congresso, associada ao desgaste natural da gestão anterior, a qual estava no comando há cerca de seis anos, Renato foi alçado ao cargo de diretor-geral pelo então Ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes. A expectativa dos servidores era de que fossem mantidas as diretrizes de nomeações técnicas para os cargos da instituição, baseadas na meritocracia e capacidade de gestão, sem interferências políticas.

Frustração

Entretanto, essa parece não ser mais a realidade no órgão. Em pouco tempo, oito superintendentes regionais – cargo máximo nos estados – foram exonerados ou “pediram pra sair”. A forte ingerência política na administração da PRF, supostamente autorizada de maneira informal pelo Governo Federal, o qual buscaria apoio parlamentar para reformas políticas no país, em troca de cargos na instituição, tem sido observada.

Troca-troca

O conhecido “toma-lá-dá-cá”, cujas práticas e possíveis consequências causam repulsa em toda a sociedade, pode estar sendo adotado nas recentes nomeações nos cargos de alto e médio escalão da PRF. Os estados de Alagoas, Amapá, Ceará, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina tiveram seus superintendentes regionais exonerados.

Sob pressão

No Mato Grosso e Santa Catarina, os dirigentes pediram dispensa dos cargos devido à grande pressão das bancadas parlamentares, que praticamente parou ações regionais. As ingerências políticas são totalmente repudiadas pelos servidores da Polícia Rodoviária Federal, que querem a continuidade das nomeações estritamente técnicas.

Quem indica

Todos os novos superintendentes nomeados foram indicados por lideranças políticas em seus estados, sem exceções. Além disso, grande parte desses parlamentares que tiveram suas indicações atendidas pela Direção-Geral, possuem os nomes citados em escândalos que assolam e envergonham o país. Outros possuem relações diretas ou indiretas com transportadoras, empresas ou são proprietários de frotas que devem ser fiscalizadas pela PRF.

Do axé para a PRF

Um dos casos emblemáticos, entre outros, foi a nomeação do novo superintendente regional de Rondônia. Ele é genro do senador Ivo Cassol, ex-governador do estado, e conhecido por ter sido dançarino de uma famosa cantora de axé, antes de se tornar policial rodoviário federal. O indicado para exercer a função em Alagoas é irmão do atual Ministro dos Transportes, assim como o novo chefe da instituição no Ceará é irmão de um vereador de Fortaleza.

A politicagem continua

Novas dispensas e nomeações devem ocorrer nos próximos meses, devido à grande movimentação das bancadas parlamentares nos estados na busca pelos cargos mais importantes (superintendentes regionais) da instituição. Assim como de outras funções, como chefes de delegacias, por exemplo, sendo articuladas por deputados federais e estaduais.

Palhaços

 

Os deputados Joaquim Noronha (PRP) e Ferreira Aragão (PDT) quase se agarram no plenário da Assembleia. Um disse que o outro não entendia do regimento da Casa e um chamou o outro de “palhaço”. Noronha havia se desentendimento fortemente com o deputado Mário Hélio (PDT) há 20 dias, também no Plenário, quando chamou colega de “parlamentar malamaiado”, pelo jeito do pedetista se vestir. E assim caminha o legislativo estadual.

“Já era”

 

A temperatura em Brasília continua alta. O clima é de “Temer já era”. Como guabirus do porão, o PSDB e o PPS estão caindo fora do “Barco Temer”, entregando os ministérios que ocupam. A decisão deve sair até esta sexta-feira.

Era suplente

 

Os senadores mineiros Aécio Neves (PSDB) e Zezé Perrela (PMDB) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foram afastados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo. Agora, o pleno do STF vai decidir se os prende ou não os dois. No caso do deputado, ele era suplente e assumiu com a posse do titular, Osmar Serraglio (PMDB-PR), nomeado por Temer ministro da Justiça. Moures, homem de confiança do presidente Temer, foi filmado recebendo dinheiro da JBS para Aécio Neves.

Política econômica: prioridade

Qualquer que seja o desfecho da crise política deflagrada pelas acusações contra Michel Temer, na área econômica do governo a percepção é da necessidade de um sinal rápido de continuidade da política econômica adotada desde o início da gestão peemedebista.

Estratégia

O tema foi ponto central das reuniões que aconteceram na manhã de ontem, ainda sob o impacto das revelações de Joesley Batista, dono da JBS, contra o presidente. A estratégia é blindar a equipe econômica e evitar uma desorganização ainda maior da economia. O furacão da crise pegou o País no início, ainda frágil, do processo de retomada econômica no primeiro trimestre do ano.

 Ação conjunta

Banco Central e Ministério da Fazenda acertaram uma ação conjunta para enfrentar a volatilidade e já começaram a agir, com suspensão de venda de títulos do Tesouro e operações de swap, que equivale a venda de dólares no mercado futuro. A equipe econômica está pronta para usar todos instrumentos disponíveis, mas a venda de reservas internacionais é última opção delas.

Contaminação

No radar, a preocupação maior com uma rápida contaminação do projeto econômico pela crise política. As votações das reformas – tanto a previdenciária quanto a trabalhista – já estão completamente comprometidas e investidores estrangeiros saem do País.

BC na crise

As denúncias já envolveram o Banco Central com a publicação de notícias de que o presidente Michel Temer teria antecipado, ao empresário Joesley Batista, da JBS, o resultado de encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), no qual a instituição cortou a Selic em 1 ponto porcentual.

Reação imediata

O BC reagiu respondendo quase de imediato. Soltou nota dizendo que “as decisões do Copom são tomadas apenas durante as suas reuniões e são divulgadas imediatamente após seu término por meio de Comunicado no sítio do Banco Central da internet”. Também há um receio de que as denúncias atinjam o próprio ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que já atuou no conselho de administração da J&F, holding da JBS.

 

Candidato

Por outro lado, em meio à quantidade enorme de rumores em Brasília, alguns negociadores das reformas já falam nos bastidores no nome de Henrique Meirelles como uma opção para assumir a Presidência da República, caso Temer deixe o cargo. Nesta hipótese, o Congresso Nacional seria o responsável por eleger o próximo presidente, de forma indireta.

 

Exportação em alta

De janeiro a abril de 2017, as exportações nordestinas totalizaram US$ 5,1 bilhões. O montante representa crescimento de 31,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A avaliação é do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), órgão de estudos regionais do Banco do Nordeste.

Ceará na cabeça

Segundo os autores do estudo, houve mudança no perfil do comércio exterior em diferentes estados. No Ceará, por exemplo, destacaram-se produtos provenientes da Siderúrgica do Pecém. O Estado é destaque na Região ao registrar aumento no volume de vendas externas nos quatro primeiros meses de 2017.

Vai pra China

Os maiores destinos dos produtos nordestinos foram China, Estados Unidos e Argentina. Juntos, eles receberam 44,9% do total exportado. As vendas para a Argentina cresceram 47,6%. Para os Estados Unidos e China, o crescimento foi de 34,3% e 14,7%, respectivamente.

Cassado prefeito de Araripe

O juiz  eleitoral da  comarca de Araripe, no Cariri Oeste, Herick Bezerra Tavares, cassou o mandato do prefeito Giovani Guedes Silvestre e do vice Francisco Sales Alves de Andrade, em virtude da contratação desenfreada de servidores no ano eleitoral, bem como a  locação de veículos com motorista pela atual gestão  no  período eleitoral, para angariar eleitores e consequentemente garantir a reeleição, caracterizando abuso de poder econômico e político os deixando inelegíveis por um período de oito anos.