O ministro Luis Felipe Salomão, corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pediu nesta quarta-feira ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o compartilhamento de novas provas do inquérito dos atos antidemocráticos, arquivado em 1º de julho, e do inquérito para apurar a existência de uma milícia digital contra a democracia. O objetivo do pedido é ajudar nas investigações da chapa eleitoral formada em 2018 pelo então candidato Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão.

“Renovo não só o pedido de informações, como também o de compartilhamento de provas eventualmente produzidas que possam vir a interessar à solução das lides postas nos autos das Aijes, afirmou, no ofício, o corregedor do TSE.

Duas ações de investigação judicial eleitoral (Aijes) contra a chapa Bolsonaro-Mourão por supostas irregularidades na contratação do serviço de disparos em massa de mensagens em redes sociais durante a campanha de 2018 tramitam no TSE e têm como relator o ministro Salomão.

Segundo o corregedor, os fatos sob apuração no âmbito do STF podem “guardar relação com aqueles investigados nas Aijes”. As ações pedem a cassação da chapa por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.

No início de julho, ao arquivar a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) o inquérito dos atos antidemocráticos, o ministro Alexandre de Moraes já havia autorizado o compartilhamento de provas obtidas com a investigação com o TSE. Ao decidir encerrar o inquérito sobre os atos antidemocráticos, o relator abriu uma nova investigação.

O pedido do corregedor do TSE acontece no momento em que a Corte Eleitoral tomou duas fortes medidas contra o Presidente Jair Bolsonaro. Na segunda-feira, por unanimidade, os ministros autorizaram a abertura de inquérito administrativo sobre ameaças do presidente à realização das eleições e um pedido ao Supremo para que Bolsonaro seja investigado no inquérito que apura a disseminação de fake news.

(*) Com informações Jornal Extra