A pesquisa do Ibope, divulgada, nesta semana, mostra que o governador Camilo Santana (PT), candidato à reeleição, tem o maior percentual de aceitação popular ao Governo do Estado desde as eleições de 1986, quando começa, sob a liderança do hoje senador Tasso Jereissati, um novo ciclo de poder no Ceará. Camilo, de acordo com os números do Ibope, soma 69% das intenções de voto, ficando, em segundo lugar, o general Theophilo Gaspar (PSDB), com 7%. Camilo chega a 86% dos votos válidos, o maior índice alcançado por um candidato ao Governo do Estado na história política do Ceará.
Entre os postulantes a governador que mais somaram votos válidos nos últimos 32 anos, está o então candidato do PSDB, Tasso Jereissati que, em 1998, ganhou a eleição com 62,72% dos votos. O adversário Gonzaga Mota, do PMDB, ficou em segundo lugar com 21,92%. Em 2006, Cid Gomes, candidato do PSB, conquistou, com 62,38% dos votos, o Governo do Estado na disputa contra Lúcio Alcântara, do PSDB. Lúcio, que era governador, recebeu 33,87% dos votos. O apoio dos irmãos Cid e Ciro Gomes e o isolamento da oposição, que tem apenas o PSDB e o PROS, garantem a folgada liderança de Camilo Santana.
Das oito eleições ao Governo do Estado realizadas entre 1986 e 2018, em apenas duas (2002 e 2014) houve segundo turno. Em 2002, com o apoio do grupo liderado pelo hoje senador Tasso Jereissati, Lúcio Alcântara ganhou no segundo turno contra José Airton Cirilo. O resultado final das urnas apresentou Lúcio com 50,03% dos votos e José Airton, com 49,96%. O petista nadou de braçada na popularidade do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o slogan Lula lá, José Airton cá, José Airton por pouco não quebrou a hegemonia política tassista.
O segundo turno na disputa ao Governo do Estado voltou a acontecer nas eleições de 2014. De um lado, os irmãos Cid e Ciro com a candidatura de Camilo Santana. Do outro, o recém-oposicionista Eunício Oliveira (PMDB) que se aliou ao PSDB de Tasso Jereissati. Tasso conquistou a vaga de senador, enquanto, no segundo turno, Eunício perdeu a eleição com 46,65%. Camilo venceu o pleito com 53,35% dos votos e, hoje, é candidato à reeleição com uma larga vantagem em relação ao principal adversário, o tucano General Theophilo. Em 2018, Camilo e Eunício estão no mesmo palanque.
O resultado da última pesquisa do Ibope mostra, ainda, um quadro desanimador para a oposição: nunca a oposição esteve tão fraca na eleição de governador nas oito eleições realizadas entre 1986 e 2018. Se comparado o resultado final das eleições entre os principais candidatos a governador, o general Theophilo apresenta o menor percentual de votos em três décadas e meia da disputa para governador. O tucano tem apenas 7% dos votos, de acordo com o Ibope. Em 1986, Adauto Bezerra, na briga contra Tasso, somou 30,01% dos votos válidos, ocupando o segundo lugar na
votação ao Governo do Estado. Doze anos depois e tendo Tasso mais uma vez como candidato – dessa vez com a reeleição, o segundo colocado, em 1998, foi o candidato do PMDB, Gonzaga Mota, que recebeu 21,92% dos votos. Tasso garantiu a reeleição com 62,72% de apoio dos eleitores.