O corte de vagas formais de trabalho no Brasil em 2016 foi liderado pelas regiões Sudeste e Nordeste, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Entre as unidades da federação, apenas Roraima registrou mais contratações do que demissões, mesmo assim, em número quase simbólico: foram abertos 84 novos postos com carteira assinada.
Segundo as informações do Ministério do Trabalho, a região Sudeste extinguiu 788,6 mil vagas formais, enquanto o Nordeste fechou 239,2 mil postos. Ao todo, o País perdeu 1,32 milhão de empregos com carteira assinada, considerados de maior qualidade, no ano passado.
Entre os Estados, os recordistas em fechamento de vagas foram São Paulo (-395,3 mil), Rio de Janeiro (-237,4 mil) e Minas Gerais (-117,9 mil). Juntos, os três responderam por 59% da perda total de empregos formais no ano passado. “Os saldos de emprego mais negativos ocorreram nos Estados mais populosos e de economia mais moderna”, observou o Ministério do Trabalho.
Salário médio de admissão
A crise econômica continuou a afetar o mercado de trabalho em 2016, tanto em termos de nível de emprego quanto de renda. O salário médio de admissão caiu 1,09% em termos reais (ou seja, já descontada a inflação) em relação a 2015. O valor saiu de R$ 1.389,19 para R$ 1.374,12, de acordo com dados do Caged. Apesar disso, o Ministério do Trabalho destaca que a perda salarial em 2016 foi menos intensa do que no ano anterior, quando o recuo havia sido de 1,64% em relação a 2014.
Em 2016, a queda na média salarial dos homens (-2,43%) foi mais intensa do que no caso das mulheres (-0,99%), movimento que já havia sido observado no ano anterior. “Após dois anos sucessivos de redução mais acentuada dos salários de admissão masculino, a média salarial da mulher passou a representar 89,24% da média salarial do homem”, disse o Ministério do Trabalho.
Em termos regionais, o salário médio de admissão caiu em todas as grandes regiões, com destaque para Sudeste (-2,36%) e Norte (-2,33%).
As perdas reais no salário de admissão têm contribuído para anular ganhos obtido no passado. Para se ter uma ideia, os dados do Caged mostram que, de 2012 a 2016, essas remunerações avançaram apenas 0,74% acima da inflação, passando de R$ 1.364 05 para R$ 1.374,12 no período – um ganho de R$ 10,07 em cinco anos.
Fonte: Estadão Conteúdo