Os recentes casos de reinfecção de Covid-19 em Hong Kong, Holanda e Bélgica são mais um capítulo importante da sequência de acontecimentos da pandemia que está sendo estudada pelos especialistas. Foi o que disse o consultor em infectologia da Escola de Saúde Pública do Ceará e médico infectologista do Hospital São José de Doenças Infecciosas, Keny Colares.

Reinfecção ou uma nova manifestação dos vírus que já estavam no corpo do paciente?

Segundo Colares, o resultado divulgado sobre o paciente de Hong Kong constatou um vírus diferente. Ou seja, é realmente uma nova infecção.

O que isso muda na estratégia de prevenção contra o vírus?

Keny Colares comentou sobre a dimensão dos acontecimentos recentes: “os casos implicam em nosso futuro porque a doença vai continuar nos acometendo todos os anos e causando todo esse problema, podendo se repetir em pequenas ou grandes ondas”.

“Uma implicação ainda mais séria é a possibilidade das vacinas, que estão sendo desenvolvidas com tanta empolgação, não terem a capacidade de nos imunizar ou tenham essa capacidade reduzida para seis meses ou um ano”, disse.

Não existe garantia de segurança para pessoas que já adquiriram os anticorpos?

Conforme explicou o infectologista, não.

“Há uma outra linha de pesquisa que avalia a resposta imunológica dos pacientes que tiveram Covid-19 e foi observada uma parte importante dos indivíduos que não desenvolveram anticorpos depois que se infectaram. Isso é motivo de debate”, afirmou.

Ele lembrou que os sintomas continuam aparecendo após recuperação de algumas pacientes. Em outras situações, pessoas que pegaram o vírus e ficam assintomáticas, depois voltaram com a fase aguda da doença, apresentando todos os sintomas.

Como podemos perceber, ainda há questionamentos sobre o comportamento do vírus. Keny Colares falou:

“estamos nos organizando para avançar na pesquisa desse fenômeno e contribuir com essas dúvidas todas que estão surgindo. Essa história ainda vai longe.”

Os cuidados preventivos continuam

População deve continuar cumprindo com rigor os protocolos sanitários estabelecidos pelas autoridades da Saúde. Até mesmo para quem já pegou Covid-19, o uso de máscara de proteção é obrigatório, além de respeitar o distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas, evitar aglomerações e seguir as regras de etiqueta respiratória.

(*)com informação da CMF