São promissores os primeiros resultados de um estudo realizado com a vacina única contra a Covid-19 e a gripe feita pelo Instituto Butantan. Os testes preliminares mostraram que o imunizante produz anticorpos contra o vírus da gripe e contra o coronavírus.
Os testes em humanos podem começar em até um ano, afirma o instituto. A candidata a vacina única está em fase de testes em modelos animais que após imunização produziram anticorpos reagentes às três cepas do vírus influenza (H1N1, H3N2 e B) assim como ao vírus SARS-CoV-2.
O imunizante único conta com a formulação da vacina contra a Covid-19 que está em desenvolvimento pelo Butantan e será inteiramente produzida no Brasil, e da vacina da influenza, também produzida pelo Instituto e que abastece o Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O diretor ressalta que os estudos ainda são iniciais e estão na chamada prova de conceito, quando se coletam resultados de análises feitas em amostras não humanas. Mas diante dos desdobramentos positivos, ele vê a possibilidade de começar os ensaios clínicos, ou seja, os testes em humanos em até um ano. A data toma como base a experiência do instituto na produção do outro imunizante contra a Covid-19, cujos testes em humanos começaram exatamente um ano depois de finalizada a prova de conceito.
A primeira etapa dos estudos para viabilizar a vacina combinada não somente mostrou que ela funciona na proteção contra Covid-19 e contra a influenza, como deu indícios de que pode ter uma resposta imune ainda mais robusta e duradoura do que as vacinas atuais, explica o pesquisador científico do Centro BioIndustrial do Butantan, Paulo Lee Ho, que participa diretamente do estudo.
“Os resultados são excelentes porque a gente vê que funciona, e estamos vendo que a resposta está muito melhor porque estamos incluindo um adjuvante, que produz uma proteção muito mais eficaz contra os dois antígenos”, afirmou também em nota.
Segundo o pesquisador, a introdução do adjuvante produzido pelo próprio Butantan, chamado de IB160, que é muito semelhante a adjuvantes usados na vacina contra influenza sazonal, tem como vantagem adicional exigir uma quantidade menor de antígenos na composição da vacina, aumentando a capacidade de produção de doses com o mesmo quantitativo de antígenos produzidos, algo importante em tempos de pandemia e também diante da possibilidade de haver reforço na vacinação.
(*) Com informações Correio Braziliense