Os prejuízos à saúde mental de quem, com frequência, recorre a apostas eletrônicas na ilusão de ganhar uma boa grana, estão na pauta do Congresso Nacional, com debates sobre projetos que inibam o avanço das bets sobre o orçamento doméstico.


Segundo o repórter Sátiro Sales, em sua participação, no Jornal Alerta Geral, há motivo para preocupação: nos primeiros sete meses de 2024, de acordo com levantamento realizado, no mês de agosto, pelo Instituto Locomotiva, 25 milhões de brasileiros passaram a fazer apostas on-line.


CRESCIMENTO VELOZ DOS JOGOS ONLINE


O veloz crescimento dos aplicativos de apostas, ou bets, preocupa senadores, que apontam riscos de vício e endividamento da população. O assunto voltou, nesta terça-feira (3), à Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas que ouviu o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena. Durante o encontro, parlamentares cobraram medidas para frear potenciais problemas dos jogos.


Diante de questionamentos dos senadores, Dudena afirmou que a secretaria trabalha para colocar ainda neste ano uma campanha de conscientização sobre os jogos e que, a partir do ano que vem, as empresas autorizadas a operar as apostas esportivas também deverão se somar à campanha.


De acordo com levantamento citado pelo relator da CPI, senador Romário (PL-RJ), 80% das pessoas que apostam têm dívidas e 2% do orçamento doméstico das classes C, D e E estão comprometidos com apostas.


LIBERDADE PARA APOSTAR


O presidente da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abaesp), Rodrigo Alves, defendeu o direito dos brasileiros em apostar, mas reconheceu potenciais riscos. Para Alves, um dos problemas centrais está na publicidade.


‘’Casos de endividamento, de problemas chegam constantemente para nós. Somos totalmente sensíveis e concordamos que muitos hoje estão passando dos limites, nem conhecem seus próprios limites, e, em boa parte, é pela publicidade um pouco desenfreada. Nós acreditamos muito numa regulamentação, porque não existe o não jogo’’, observou o líder classista.


Sobre publicidade, Regis Dudena apontou que uma das portarias prevê que a partir do dia 1º de janeiro todas as empresas que não tiverem autorização serão proibidas de fazer publicidade ou patrocínio.


‘’O Ministério da Fazenda, como órgão regulador nacional do tema, poderá notificar as empresas para proibir tanto a publicidade das empresas quanto proibir que partícipes, ou seja, que influencers, que os chamados afiliados, possam falar sobre empresas não autorizadas’’, destacou.


(*) Com informações da Agência Senado