Há três meses, manchas de óleo identificado como petróleo cru têm atingido praias da Região Nordeste. No Ceará, seis pontos ainda são afetados pelos vestígios do material oleoso que se espelharam pelo litoral, prejudicando a fauna, a flora e preocupando banhistas. As informações são do boletim mais recente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que anteriormente havia contabilizado 37 pontos.
Os pontos identificados pelo relatório do Ibama são: Praia do Diogo, Praia da Sabiaguaba, Praia do Cumbuco em dois pontos, Praia do Pecém e Lagoinha.
A preocupação dos ambientalistas são as consequências que o material pode causar aos animais. É o caso da desova das tartarugas, que acontece na Sabiaguaba, por exemplo, que podem ser impedidas de chegar ao mar caso tenham contato com o óleo. Entre setembro e novembro, pelo menos 17 tartarugas foram encontradas com óleo nas praias e apenas uma foi resgatada com vida, de acordo com a organização não-governamental Instituto Verdeluz. Os voluntários que acompanham as quatro espécies presentes no estado contabilizaram nesse período 76 encalhes do animal.
Fora isso, as manchas de óleo também têm prejudicado a saúde da população. Até o momento, pelo menos três casos de intoxicação decorrente do contato com o óleo notificados, conforme a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Um deles foi confirmado em Fortim, na região norte, e outros dois estão sob investigação em Aracati, município vizinho. Os pacientes estão sendo monitorados pelas células de vigilância epidemiológica.
Balanço
Durante os 90 dias do que se chamou crise do óleo, a Semace coletou 22 toneladas de resíduos oleados, em 29 praias de 16 municípios. O resíduo considerado perigoso foi removido do mar e das praias pela Semace, Ibama, Marinha e prefeituras, como parte de um esforço coletivo coordenado pelas secretarias do Meio Ambiente e da Casa Civil. A Semace também transportou com segurança o óleo recolhido, para ser queimado no formo de uma cimenteira autorizada pela autarquia.