O PSDB encerra mais um dia de crise sem perspectiva de superar a divisão interna provocada pela resistência do ex-governador de São Paulo, João Doria, de se manter pré-candidato à Presidência da República. Ao longo desta quarta-feira, tucanos tentaram, sem sucesso, demover Doria da idéia de permanecer com a candidatura diante dos baixos índices de aceitação popular. O assunto ganhou destaque no Bate Papo Político com os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida no Jornal Alerta Geral desta quinta-feira (19).

Em meio a mais profunda crise da história do partido, o nome do senador Tasso Jereissati, de acordo com reportagem do Jornal O Globo, surge como alternativa do PSDB para compor, em aliança com o MDB, uma chapa ao Palácio do Planalto. Fundador do PSDB em 1988, Tasso encerra, em 2022, o segundo mandato de senador e decidiu não mais concorrer à reeleição.

Tasso chegou, no mês de setembro do ano passado, a se lançar às prévias do partido para escolha do candidato à Presidência da República, mas, bem antes da eleição interna realizada no dia 27 de novembro, desistiu para apoiar o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O gaúcho foi derrotado por Doria.

O PSDB saiu dividido das prévias e, mesmo após oficializado o resultado, Eduardo Leite manteve uma agenda para ocupar espaços, percorreu alguns estados brasileiros, mas foi aconselhado, após passar pelo Ceará no último mês de abril , a sair de cena como estratégia para evitar o acirramento ainda maior com o grupo de João Doria.

CANDIDATURA INVIÁVEL

O ex-governador de São Paulo, mesmo como único pré-candidato do PSDB, não emplacou, patina nos 3% de intenção de votos e, sem conseguir unir o ninho tucano e atrair apoio de outros partidos, se transformou no epicentro da crise no partido. Os tucanos estão em permanente articulação e mobilização para tentar, nos próximos dias, reunificar a agremiação.

Temerosos de um desfecho que leve o PSDB a descer a ladeira nas eleições de 2022, perdendo consistência na Câmara e no Senado, alguns tucanos deflagraram, segundo a reportagem do Jornal O Globo, uma operação para viabilizar uma aliança com o MDB tendo Tasso como vice numa chapa encabeçada pela senadora Simone Tebet (MS) à Presidência da República.

A leitura feita entre muitos tucanos é que o nome do senador cearense ajuda a pacificar o PSDB. Outros consideram que o PSDB, pela história, deveria apresentar um candidato ao Palácio do Planalto. O Jornal O Globo cita, ainda, que, ao responder se aceitaria compor uma chapa com a senadora Simone Tebet, Tasso deu a entender que não foi consultado sobre o plano e declarou que “isso não faz parte do seu projeto de vida”.