As mais recentes declarações do presidente regional do PDT, deputado federal André Figueiredo, e do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, ao criticarem o ritmo lento ou a paralisação de obras e suspensão de convênios do Estado com a Prefeitura, mostram que é cada vez maior o fosso que separa o PDT do PT na corrida das eleições de 2024. A saída de prefeitos e lideranças dos quadros do PDT em direção a siglas ligadas ao Palácio da Abolição gera ainda mais irritação entre pedetistas.


André, por meio das redes sociais, enumerou obras da administração estadual que estão paradas, citando, por exemplo, o Metrô e, também, obras na Avenida Beira Mar, enquanto Roberto acusou o Governo do Estado de querer atrapalhar a gestão do prefeito José Sarto (PDT) ao suspender recursos para o subsídio do transporte coletivo e reduzir os repasses de verbas para o IJF.


André e Roberto Cláudio lideram, com o aval do ex-ministro Ciro Gomes, o bloco pedetista de oposição ao Governo do Estado. O PDT tem 13 deputados estaduais, sendo três – Cláudio Pinho, Queiroz Filho e Antonio Henrique, sob a liderança do ex-prefeito Roberto Cláudio, opositores ao Palácio da Abolição. Os outros deputados estaduais integram à base de apoio ao Governador Elmano de Freitas (PT). Dois – Salmito Filho e Oriel Nunes Filho, ocupam cargos de secretário na administração estadual.


RESSENTIMENTO E BRIGAS


Os conflitos entre PDT e PT surgiram nas eleições de 2022 e marcam, nesse momento, a abertura das articulações para o pleito de 2024, principalmente, na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. A aliança entre os dois partidos foi rompida após o ex-ministro Ciro Gomes impor a candidatura de Roberto Cláudio ao Governo do Estado.


Com o rompimento, o então candidato e hoje senador e ministro da Educação, Camilo Santana, atraiu dezenas de lideranças municipais do PDT para o palanque de Elmano de Freitas. Camilo, eleito senador, garantiu, também, a vitória com Elmano de Freitas, deixando o candidato do PDT, Roberto Cláudio, em terceiro lugar na corrida ao Governo do Estado.


A vitória de Camilo e Elmano fragilizou ainda mais o PDT: a quase totalidade dos prefeitos da sigla tem parcerias com o Governo do Estado e, no cenário pré-eleitoral, muitos pedetistas já migraram ou estão de malas prontas para ingressar no PT ou nos partidos aliados ao Palácio da Abolição. São prefeitos, lideranças municipais, que estarão na disputa pelas Prefeituras de cidades do Interior e da Grande Fortaleza nas eleições de 2024.