População está dividida em relação à reforma da Previdência (Mario Tama/Getty Images) / Foto: Reprodução

Os trabalhadores estão mais antenados com as discussões sobre mudanças na Previdência Social e 51% dos brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Datafolha, não querem novas regras para a aposentadoria. A pesquisa divulgada, nesta quarta-feira (10), que 41% dos entrevistados são favoráveis à PEC que trata das alterações, 2% se dizem indiferentes e 7% não sabem.

Os dados mostram, também, que está entre as mulheres a maior rejeição (56%) à Reforma Previdenciária. Entre os homens, 48% se dizem a favor e 45% contra. O segmento se opõe à Reforma, de um modo geral, está no funcionalismo público: 63% (5% da amostra).

Uma leitura sobre os números do Datafolha mostra uma polarização das respostas de acordo com o resultado da eleição presidencial de 2018: entre os que elegeram o presidente Jair Bolsonaro (PSL), 55% são a favor da reforma e 36% contrários. E, entre os que votaram em Fernando Haddad (PT) ou branco ou nulo, 72% se dizem contra a mudança nas regras.

Pesquisa

O Instituto Datafolha ouviu, entre os dias 2 e 3 de abril, 2.086 brasileiros com 16 anos ou mais, em 130 municípios em todo o Brasil. A pesquisa mostra que o apoio à reforma é superior também entre os de renda familiar acima de dez salários mínimos (R$ 9.998 em 2019), 50% apoiam a reforma; 47% são contra. A maior rejeição, de 63%, aparece entre funcionários públicos (5% da amostra).

Se comparados os cenários entre os períodos que antecederam à abertura do debate das mudanças na Previdência Social, nos Governos Temer e Bolsonaro, a oposição ao atual projeto é menor do que a registrada em abril de 2017, pouco tempo antes da votação do texto pela comissão especial da Câmara Federal. Naquele momento,  71% rejeitavam a reforma apresentada pelo emedebista.

Pontos da Reforma

O Instituto Datafolha ouviu os brasileiros sobre quais pontos da reforma mais os preocupam: a maioria é contra as idades mínimas:  65% são contrários à idade mínima de 62 anos para as mulheres se aposentarem, enquanto 53% se opõem a 65 anos para homens.

A pesquisa revela que  66% dos entrevistados são favoráveis a cobrança de alíquotas mais altas de servidores que ganham mais. Entre os entrevistados,  72% são a favor de limitar a aposentadoria do servidor pelo teto do INSS – esse limite já existe desde 2013 para servidores federais e de estados e municípios com previdência complementar.

Há outro aspecto, quanto ao futuro da aposentadoria no serviço público: 74% servidores públicos são a favor das alíquotas progressivas e 64% aprovam o teto. Embora 68% dos brasileiros digam ter tomado conhecimento da proposta de reforma, só 17% se dizem bem informados; 42% declaram estar mais ou menos informados e 9%, mal informados.