A situação de abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza continua sendo uma preocupação, mesmo após chuvas da quadra chuvosa de 2019. A decisão da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é de manter a cobrança da tarifa de contingência nas contas de água dos cidadãos. De acordo com o presidente da Cagece, Neuri Freitas, o fim da taxa extra só acontecerá quando a capacidade hídrica da região for maior do que a registrada no início da cobrança, em 2015.
Quando a tarifa de contingência foi instituída, o volume total dos reservatórios que abastecem a região era de 19,2%, incluindo os açudes de Pacoti, Pacajus, Riachão, Gavião, Castanhão e Orós. Isso representava 1.788,2 hm³, o que foi considerado menos do que o suficiente para fornecer água para as cidades metropolitanas. Atualmente, o volume dos reservatórios que abastecem a Capital e municípios vizinhos está ainda menor, com 1.111,7 hm³, representando 11,9% da capacidade total. Segundo Neuri, a reavaliação da tarifa só será feita quando a quantidade de água nos açudes for de pelo menos 20% da capacidade total.
Nos últimos cinco anos, o consumo dos clientes da companhia diminuiu em 22,38%. Em 2014, o volume utilizado por ligação a cada mês era de 13,72 m³ no período de janeiro a abril. No mesmo período deste ano, o valor consumido foi de 10,65 m³. O presidente disse que esse número quase atinge o que considerado o mínimo para abastecer uma família. Além disso, a economia da água fica evidente quando analisado o número de pessoas que chegam a pagar a tarifa de contingência. Dos 983 mil clientes, 233.926 pagaram a taxa de janeiro a abril deste ano, o que representa 25% do total.
Com o dinheiro, a Cagece deve investir em obras de segurança hídrica e redução de perdas, conforme Neuri. Ao todo, são R$ 88 milhões advindos da tarifa de contingência que devem ser usados para melhoras no macrosistema de Fortaleza, com o intuito de evitar quebras e vazamentos, obras de substituição de redes e revitalização na estação de tratamento de água de Horizonte.