Com olhos voltados para 2022, o presidente Jair Bolsonaro antecipou, nesta quarta-feira (04), durante a solenidade de posse do senador Ciro Nogueira (PP-PI) no cargo de Ministro da Casa Civil, novos rumos para o Programa Bolsa Família. Uma das mudanças é na nomenclatura do programa, que passará a ser denominado de Auxílio Brasil.
A alteração mais importante, porém, é no campo social e econômico: o novo benefício será 50% superior ao valor pago atualmente no Bolsa Família. A média paga a quem recebe o Bolsa Família é de R$ 190,00. Mais de 14 milhões de pessoas em todo o Brasil são inscritas no principal programa de distribuição de renda do Governo Federal. São, pelo menos, 1 milhão e 100 mil pessoas no Ceará.
A medida é uma das iniciativas mais concretas do Governo Federal na pavimentação para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022. As mudanças terão impacto na vida das famílias beneficiadas e, também, no aspecto eleitoral. Bolsonaro tenta, assim, recuperar a popularidade corroída com os erros políticos e, principalmente, os contratempos no enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Segundo o presidente Jair Bolsonaro, a equipe do Ministério da Economia aprofunda os estudos sobre as mudanças no Bolsa Família. Bolsonaro não deu muitos detalhes sobre como será o novo programa e brincou dizendo que deixará os outros 50% para o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciar.
Um dos primeiros passos para as mudanças é a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para instituir o Auxílio Brasil. A aprovação da PEC é a primeira e, talvez, a mais importante missão do novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O sucesso das mudanças no Bolsa Família vitaminará a popularidade do presidente Jair Bolsonaro que poderá, assim, atrair mais apoio partidário e sonhar com a reeleição em 2022. Simultâneo a essa medida, o Governo tenta, ao mesmo tempo, neutralizar os desgastes gerados com a CPI da Covid-19 e com o debate sobre a instituição do voto impresso na urna eletrônica.