Uma reportagem do Jornal O Globo, edição deste domingo, cita o ex-senador Eunício Oliveira (MDB) como um dos caciques da política que voltam, em 2022, a concorrer a um mandato eletivo. A lista tem, ainda, a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (MDB), o ex-senador Romero Jucá (MDB-RO), e os ex-governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e do Paraná, Beto Richa (PSDB).
A reportagem aponta que Eunício, após ser derrotado, em 2018, pelos irmãos Ferreira Gomes, ainda não decidiu se disputará o Governo do Estado ou concorrerá à Câmara Federal. O emedebista já se antecipou que, no próximo ano, estará na briga por um mandato. Pessoas mais próximas ao ex-presidente do Senado acreditam que o caminho é um mandato de deputado federal e poucos o vêem com disposição para enfrentar um cargo majoritário – governador ou senador.
Se a opção for pela Câmara Federal, Eunício quer voltar a Brasília com, pelo menos, 250 mil votos, mas, para eleger mais um ou dois deputados federais, trabalha o fortalecimento do MDB, com a permanência do deputado Moses Rodrigues e articulações para o ingresso na sigla do deputado estadual Nelinho Freitas, que é do PSDB. Nelinho quer trocar a Assembleia Legislativa para Câmara.
CACIQUES DE OLHO NAS URNAS
Além da referência ao ex-presidente do Senado, a reportagem do Jornal O Globo registra que, nos bastidores, a ex-senadora e ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, voltará à disputa eleitoral. Roseana deve concorrer a um mandato na Câmara, a exemplo dos ex-governadores do Paraná, Beto Richa, e de Minas Gerais, Fernando Pimentel. O ex-senador Romero Jucá, do MDB, quer voltar ao Senado. Já o ex-senador Lindeberg Farias (PT), que hoje exerce mandato de vereador no Rio de Janeiro, será candidato a deputado federal.
Eunício, Roseana, Pimentel, Richa, Lindeberg e Romero perderam força política e eleitoral e ficaram sem mandatos a partir dos ventos da renovação que varreu as urnas em 2016 e 2018. O cansaço da imagem longa trajetória política, que se converte em desgastes junto aos eleitores, é o principal fator para o rodízio nas cadeiras da Câmara, do Senado e dos Executivos Estaduais.
Pimentel foi alvo de denúncias no Governo, mas provou inocência. O mesmo aconteceu com Richa, que chegou a ser preso, desistiu da disputa eleitoral de 2018, ganhou processos na Justiça e, hoje, está elegível para 2022. Eunício chegou a responder a uma denúncia sobre recebimento indevido de recursos da Construtora Odebrecht e o STF (Supremo Tribunal Federal) o arquivou o processo que citava o emedebista. Eunício considera que a denúncia o prejudicou na tentativa de renovar o mandato.
Quando o cansaço de imagem é acompanhado de denúncias por má aplicação de recursos públicos e atos de improbidade a carreira política acaba sendo encurtada e encerrada bem mais cedo. Mesmo, assim, passada uma eleição, os caciques buscam a revitalização e, pela tradição familiar ou pelas condições financeiras, reconquistam energias e encontram espaços para voltar ao exercício do mandato, seja no Executivo ou no Legislativo.