A relação sexual, apesar de não ser considerada como uma atividade física completa, se enquadra como um exercício leve que, com uma certa frequência, leva a efeitos positivos para o coração, a mente e até o sistema imunológico — claro, sempre acompanhada com o uso de preservativos. Em um artigo publicado no site de divulgação científica The Conversation, o gerontologista (especialista em envelhecimento) espanhol Joaquín Mateu Mollá defende que a atividade sexual traz ao menos cinco benefícios a quem a pratica com frequência. Confira:
Aumenta o humor
Ao fazer sexo, o cérebro produz endorfinas, substâncias que geram excitação, satisfação e bem-estar. Eles também estão envolvidos na euforia e na calma que precede e segue o orgasmo, respectivamente. Assim, estão incorporados na resposta de recompensa que experimentamos ao sentir diferentes formas de prazer.
“Embora nos faça sentir bem, não se pode dizer que o sexo sirva como tratamento antidepressivo. Pode nos proporcionar momentos positivos que se somam a outros para potencializar emoções agradáveis, mas os transtornos de humor exigem abordagens terapêuticas muito mais complexas e muitas vezes multidisciplinares”, afirma o pesquisador.
O sexo também tem um efeito positivo na insônia que muitas vezes acompanha os problemas de saúde mental.
Reduz o estresse
Quando convivemos muito tempo com situações que nos sobrecarregam, a frequência com que queremos fazer sexo diminui, o que às vezes pode se traduzir em menos satisfação com nosso parceiro.
Isto pode ser devido aos níveis de cortisol, um hormônio necessário para lidar com as demandas ambientais e sociais, mas prejudicial quando sua concentração no corpo aumenta muito ou por muito tempo.
Nesse sentido, o sexo pode ajudar a reduzir o estresse associado a sobrecarga diária.
“Um fato curioso nesse sentido é que os casais mais satisfeitos tendem a buscar relações sexuais nos dias seguintes a um dia estressante. Além disso, são também os que mais beneficiam dos seus efeitos positivos”, explica Mollá.
Melhora o sistema imunológico
A atividade sexual regular aumenta as nossas defesas fisiológicas contra vírus, bactérias e outros agentes patogênicos. Existem até estudos que sugerem que ter relações íntimas três vezes por mês pode nos proteger do coronavírus.
especialistas da Universidade de Baghdad, no Iraque, conduziram uma pesquisa com 16 mil participantes em 33 países, divididos em dois grupos. O primeiro mantinha uma frequência de ao menos três relações sexuais por mês, enquanto o segundo grupo tinha uma atividade sexual menor. Ao fim de um período de quatro meses, foi observado que 76,6% dos participantes do primeiro grupo não foram infectados pela doença, enquanto o percentual foi de 40,4% nos demais participantes.
Este benefício no sistema imunitário é independente da idade e de práticas sexuais específicas, pelo que qualquer pessoa pode alcançá-lo em diferentes momentos da sua vida. Resumindo: as evidências sugerem que à medida que aumentamos a frequência das relações sexuais o nosso sistema imunitário se torna mais competente contra ameaças.
Reduz a pressão arterial e a dor
A atividade sexual promove a saúde cardiovascular. Sabemos que os jogos eróticos a dois aumentam a pressão sistólica e diastólica, com um pico durante o orgasmo que atenua à medida que desaparece.
Um estudo recente sugere que a manutenção da atividade sexual durante a velhice reduz a probabilidade de problemas cardiovasculares, afetando positivamente fatores de risco conhecidos. Também pode contribuir para o alívio da dor nas patologias que a causam, existindo muitos dados sobre este ponto, principalmente na população feminina.
Fortalece o relacionamento e a conexão emocional
“O sexo é importante para construir e manter o vínculo com o parceiro, pois é um espaço propício à partilha de experiências gratificantes. Isso está ligado à produção de oxitocina, hormônio que contribui para o fortalecimento de todos os tipos de relacionamento (inclusive entre mãe e filho durante a amamentação)’, diz o pesquisador.
A oxitocina ajuda a regular os comportamentos sociais e emocionais, tornando-a fundamental para o bem-estar. Também modula as respostas de medo, ansiedade e estresse. Florescendo especialmente em momentos íntimos como abraços, carícias ou beijos.
(*)com informação do Jornal Extra