O PDT enfrenta uma inédita debandada na história política do Ceará com o pedido, em bloco, de desfiliação de 9 deputados estaduais e quatro suplentes à Assembleia Legislativa. Antes desse bloco, o presidente da Assembleia, Evandro Leitão, se desfiliou do partido.
Os pedidos foram encaminhados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e marcam mais uma etapa da crise interna que implodiu o partido após o fim da aliança com o PT nas eleições de 2022. Os dissidentes receberam carta de anuência para sair do PDT sem risco de prejuízo ao mandato. Dos 13 deputados estaduais eleitos pela sigla em 2022, apenas três – Queiroz Filho, Cláudio Pinho e Antonio Henrique, permanecerão no partido.
ESVAZIAMENTO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
O esvaziamento da bancada estadual foi puxado pelo presidente da Assembleia, Evandro Leitão, que, nesse domingo (16), se filia ao PT. O processo não se limitou ao âmbito partidário e administrativo, mas, a exemplo do que acontece com os demais parlamentares, passa pela Justiça.
Evandro recebeu a carta de anuência assinada pelo presidente interino da legenda, senador Cid Gomes, recorreu à Justiça e, embora a decisão tenha sido contestada pela direção nacional do PDT, se antecipou para definir o seu novo rumo partidário.
MAIS DE 900 MIL VOTOS PERDIDOS
Os 10 deputados estaduais e os quatro suplentes que pediram para sair do PDT somaram, em 2022, 908.120 votos. O campeão de votos, entre os pedetistas eleito, foi Evandro Leitão, com 113.808 votos. O PDT perdeu, ainda, 43 prefeitos, enquanto três deputados federais (Mauro Filho, Idilvan Alencar, Robério Monteiro) e dois suplentes à Câmara Federal (Leônidas Cristino e Ana Paula) receberam, também, carta de anuência para se desfiliar sem sofrerem prejuízos ao mandato.
PERSEGUIÇÃO IMPLACÁVEL
A ação movida pelos deputados estaduais e suplentes é assinada por seis advogados e, no texto, os pedetistas alegam ‘perseguição implacável’ por parte do presidente da Executiva Nacional do PDT, André Figueiredo, e de integrantes do grupo liderado pelo ex-presidenciável Ciro Gomes. O texto da ação se limita a nominar André Figueiredo, mas no grupo acusado de perseguir os dissidentes estão, além de Ciro, o prefeito de Fortaleza, José Sarto, e o ex-prefeito Roberto Cláudio.
O argumento dos deputados e suplentes que estão de saída do PDT é que os liderados de Ciro ‘’ abandonaram qualquer pretensão de aderência aos princípios programáticos do partido, entregando-se a uma gestão autocrática e egoísta focada em interesses pessoais, oscilando entre arbitrariedades e evidentes atentados à democracia ao não aceitar decisões judiciais que estão em pleno vigor, além das deliberações da maioria dos membros do Diretório Regional legitimamente eleitos”.
A ação dos dissidentes junto ao TRE do Ceará é assinada pelas advogadas Luciana Carneiro e Paula Alencar e pelos advogados Hélio Parente, Leonardo Vasconcelos e Cássio Pacheco.
Deputados e suplentes que pediram desfiliação do PDT