A aliança nacional entre MDB e PSDB pode ganhar novos rumos com o conflito entre as duas siglas na corrida ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul. O entendimento para unir os dois partidos, com a chapa formada pela senadora Simone Tebet à Presidência da República, com o senador Tasso Jereissati como vice, corre risco e pode naufragar. Segundo o presidente regional do PSDB, empresário Chiquinho Feitosa, o nome de Tasso seria oficializado, nessa sexta-feira, como companheiro de chapa de Tebet.
A instabilidade na construção da base partidária para Simone Tebet surge em função da resistência do MDB em apoiar o candidato do PSDB ao Governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O PSDB exigiu, como condição para fechar a coligação que em três estados – Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, o MDB não lançasse candidato ao Governo e apoiasse um nome do PSDB.
Os tucanos se queixam do descumprimento, até esse momento, do acordo. A primeira reação foi exposta pelo ex-governador e pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que ainda não recebeu a sinalização de retirada, pelo MDB, da pré-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza.
O impasse em terras gaúchas levou Eduardo Leite, em entrevista ao Jornal O Globo, dizer que, sem o MDB cumprir o acordo, a candidatura de Simone Tebet perderá sustentação. ‘’Não se trata apenas de uma contrapartida por um apoio político. Trata-se de uma demonstração clara de um entendimento num projeto nacional. O PSDB está apresentando isso ao abrir mão (de uma candidatura própria). Se o parceiro no projeto não demonstra o mesmo sentimento, a relação precisa ser discutida’’, prega o ex-governador gaúcho.
Eduardo Leite é taxativo ao defender que, da mesma forma que o PSDB quebrou uma tradição e desistiu da candidatura própria ao Planalto, o MDB precisa fazer um gesto de desprendimento no Rio Grande do Sul, onde a sigla nunca deixou de lançar candidato. ‘’ Que projeto é esse que estamos construindo em que não se abre espaços para fortalecer o (acordo) nacional?’’, questiona o ex-governador, deixando incerteza sobre os caminhos da aliança nacional entre PSDB e MDB.
Mesmo com o impasse, Eduardo Leite destacou, ainda, que espera pelo entendimento. ‘’A minha lógica é da construção. Espero que a gente chegue a um termo para firmarmos uma parceria nacionalmente e que tenha a sua correspondência nos principais palanques nos estados’’, observou Eduardo Leite.