Com a agenda voltada às ações administrativas, mas, ao mesmo tempo, citada como o melhor nome para manter unida a aliança do PDT com o PT, a Governadora Izolda Cela voltou a dar demonstrações de desapego ao cargo e defendeu o bom senso para a continuidade de um projeto que vem mudando as condições de vida da população cearense.


Ao ser questionada sobre as declarações do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que saiu em defesa da candidatura do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, Izolda foi taxativa ao afirmar que não tem obsessão pelo poder. Ela fez essa manifestação, na noite dessa segunda-feira, na Câmara de Vereadores de Fortaleza, onde prestigiou a solenidade de entrega da Medalha Boticário Ferreira ao presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT).


“Eu não tenho obsessão pelo poder. Estou realmente muito focada no trabalho e acreditando que prevalecerá o bom senso de nós continuarmos com essas forças, com essa aliança, que tem sido importante para o Ceará e que a gente acredita que seguirá sendo”, disse Izolda, que ainda acrescentou: “Estou chegando atrasada no serviço. Meu foco tem sido esse”.


Izolda está a menos de dois meses à frente do Governo do Estado e assumiu o cargo com a desincompatilização do então Governador Camilo Santana. Camilo é pré-candidato ao Senado e tem sido o maior entusiasta da candidatura de Izolda Cela a quem atribui qualidades de competência, ética, dedicação ao serviço público, decência e lealdade. O pouco tempo de Izolda no cargo levou o presidente do PDT, Carlos Lupi, a descredenciá-la como o nome que o partido poderia lançar ao Palácio da Abolição. Lupi saiu em defesa do ex-prefeito Roberto Cláudio.


“O Roberto Cláudio é o mais forte para evitar o Capitão Wagner (União Brasil). Ele é o mais conhecido, foi prefeito de Fortaleza durante dois mandatos”, disse Lupi. “A minha amiga Izolda é preparada, mas não é muito conhecida. Em três meses vai se tornar favorita? Acho pouco provável”, avalia Carlos Lupi.
O PDT tem, entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, para oficializar, por meio da convenção estadual, o nome ao Governo do Estado. Se prevalecer essa data na agenda do PDT, Izolda tem 60 dias para ganhar ainda mais visibilidade e se credenciar como candidata à reeleição. A avaliação nos bastidores políticos é que Izolda une a militância do PT, não desagrada ao PDT e atrai o apoio do MDB.