As lideranças nacionais do DEM querem marcar território com vistas às eleições de 2022 na corrida à Presidência da República e se anteciparam para mudar o comando regional da sigla no Ceará para garantir, em 2020, uma candidatura forte à Prefeitura de Fortaleza. Uma das opções é o Capitão Wagner, hoje filiado ao PROS.
A estratégia é dar visibilidade ao DEM e ampliar a base do partido nas Prefeituras e Câmaras de Vereadores das médias e grandes cidades. Com isso, o DEM terá mais peso na composição da chapa que disputará às eleições de 2022 à Presidência da República. Uma possível aliança com o PSDB é um dos caminhos que pode apresentar o Governador de São Paulo, João Doria, como candidato ao Palácio do Planalto.
Um dos nomes para compor a chapa é o prefeito de Salvador, ACM Neto, atual presidente da Executiva Nacional do DEM. Coube a ACM determinar as mudanças no comando do DEM no Ceará que caminha para ficar nas mãos do Capitão Wagner.
Wagner é adversário do prefeito Roberto Cláudio, que tem o atual vice Moroni Torgan. Moroni foi indicado, em 2016, para vice de Roberto, tentou, em 2018, eleger o filho Mosiah à Câmara Federal, mas, ao invés de mantê-lo no DEM, o levou para o PDT. O gesto de Moroni desagradou à cúpula nacional do DEM.
A inclinação da sigla para manter a aliança com o PDT em 2020 levou os dirigentes nacionais da agremiação a mudar a rota do partido no Ceará. O primeiro reflexo desse conflito é a corrida pela Prefeitura da Capital.
As articulações para renovação da Executiva Regional do DEM é a filiação da médica e ex-candidata ao Senado pelo PSDB, Mayra Pinheiro. Mayra, que, hoje, ocupa o cargo de Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, pode entrar na chapa do capitão Wagner como vice ou mesmo concorrer à Câmara Municipal. O Capitão Wagner, se eleito prefeito, entregaria a Mayra a Presidência da Câmara Municipal.