A demanda por crédito por parte das empresas caiu 12,2% em abril na comparação com março, segundo o Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito. Na comparação com abril de 2016, houve recuo de 5,7%. No acumulado de 2017, a queda foi de 2,6% com relação ao mesmo período do ano passado.

“A procura por crédito por parte das empresas ainda segue bastante deprimida neste início de ano, apesar de a economia demonstrar alguns sinais de saída da recessão. A elevada inadimplência empresarial, ocasionando uma certa restrição da oferta de crédito às empresas, acaba também contribuindo para um cenário de crédito corporativo ainda enfraquecido”, dizem os economistas do Serasa Experian.

Detalhamento

As empresas de micro e pequeno porte apresentaram queda de 12,6% em abril. Nas médias empresas, caiu 2,7% e nas grandes 0,9%. No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, a demanda por crédito das micro e pequenas empresas recuou 2,2% em relação aos primeiros quatro meses do ano passado. Nas médias empresas, esta queda foi de 9,4% e, nas grandes empresas, o recuo em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado foi de 9,0%.

O setor industrial teve queda de 11,5% e o das empresas comerciais, de 11,3%. Já o setor de serviços teve um crescimento de 13,1%. No acumulado do ano, a demanda das empresas por crédito caiu 5,4% na indústria, 4,2% no comércio e 0,2% nas empresas de serviços em relação aos primeiros quatro meses do ano passado.

Todas as regiões apresentaram queda na demanda por crédito nos primeiros quatro meses do ano: Centro-Oeste (-3,6%); Norte (-4,3%), Sul (-4,3%), Nordeste (-5,1%), Sudeste (-0,3%).

Pesquisa do SPC e Dirigentes Lojistas

Outra pesquisa, do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgou hoje que a demanda por crédito das micro e pequenas empresas caiu 6,4% em abril. No mês, o indicador ficou em 12,36 pontos, número ligeiramente abaixo do observado em março, quando foram registrados 13,2 pontos. O indicador varia de zero a 100. De acordo com os dados, 6% dos micro e pequenos empresários manifestaram a intenção de contratar crédito nos próximos 90 dias, contra 85% de entrevistados que não têm esse objetivo. Outros 7% não souberam responder.

Entre os empresários que rejeitam buscar recursos de terceiros nos próximos três meses, 48% querem manter o negócio com recursos próprios. As altas taxas de juros pesam nessa decisão, sendo a justificativa de 19% dos empresários. A insegurança com as condições econômicas do país foi mencionada por 14%.

Entre os micro e pequenos empresários, 29% consideram difícil o processo de contratação de crédito, contra 25% que avaliam como fácil. Entre os que consideram difícil, o excesso de burocracia e as exigências dos bancos são o principal entrave, mencionado por 48% dos entrevistados. As taxas de juros elevadas (33%) e as irregularidades na documentação da empresa (3%) também foram mencionados.

O índice que avalia o interesse em realizar investimentos nos negócios também mostrou-se baixo. O indicador de propensão a investir registrou 29,84 pontos em abril, pouco acima dos 28,44 pontos observados em março. A escala varia de zero a 100.