Caso liberasse imediatamente todos os 1 milhão e 300 mil pedidos de benefícios que estão parados nas agências há mais de 45 dias, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) teria que desembolsar, hoje, mais de R$ 14 milhões somente em correção monetária pelo atraso. É que, por lei, o órgão tem um mês e meio para liberar um pagamento. Do contrário, tem que pagar mais para compensar o segurado pela longa espera.
O cálculo de R$ 14 milhões de perda para o INSS foi feito considerando o valor médio mensal dos benefícios, que segundo o instituto, é de R$ 1.286,86. Foi considerado ainda o tempo médio de concessão de 72 dias, e a correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que fechou 2019 em 4,48%.
De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), o INSS efetuou em 2019 quase R$ 213 milhões em pagamentos de benefícios em atraso. Isso sem falar nos gastos com ações movidas por quem cansa de esperar o benefício ser concedido pelas vias administrativas e procura a Justiça. O prejuízo é grande para o governo, mas maior ainda para a população, que espera, muitas vezes, mais de um ano para ter acesso a um direito que é garantido pela Constituição.