Embora sejam o grupo com maior número de hospitalizações, os idosos não foram priorizados na vacinação contra a dengue por causa da ausência de dados sobre a eficácia da vacina Qdenga em pessoas com mais de 60 anos. Inicialmente, o imunizante será aplicado em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade — faixa etária que concentra a segunda maior de taxa de atendimentos médicos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, como os idosos são considerados grupo de risco, a expectativa é que em breve haja dados referentes a pessoas com mais de 60 anos, que permitam que esse grupo seja incluído como elegível à vacina.

Enquanto a vacina não chega para esse público, a entidade recomenda a tomada de medidas de prevenção contra o mosquito transmissor da dengue. “Idosos, bem como toda a comunidade, devem evitar acúmulo de água parada em locais como vasos de plantas, pneus e caixas d’água”, pontua.

“O uso de repelentes é essencial. E, caso haja alguma pessoa picada pelo mosquito da dengue ou com suspeita de ter sido infectado, é fundamental identificar o foco do mosquito e eliminá-lo imediatamente”, acrescenta a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

Início da vacinação

A vacinação de crianças de 10 a 11 anos contra a dengue pelo Sistema Único de Saúde (SUS) teve início na sexta-feira (9/2). A ministra da Saúde Nísia Trindade acompanhou a imunização na Unidade Básica de Saúde 1 do Cruzeiro, no Distrito Federal, e ressaltou a importância da nova fase. “É um momento histórico. Há 40 anos se espera por uma vacina para a dengue. Já houve vacina desenvolvida, não tão bem sucedida, e agora temos uma incorporada ao SUS”, disse.

Nísia também lembrou que a vacinação começaria mesmo que não houvesse a epidemia da doença, “porque a dengue é um problema de saúde pública há muito tempo”. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ultrapassou meio milhão de casos prováveis de dengue em 2024, número quatro vezes maior que o registrado no mesmo período de 2023.