Pessoas que convivem na mesma casa de pacientes que sofrem de depressão têm maior chance de ter salários mais baixos, desemprego e problemas relacionados à saúde mental. É o que indica estudo realizado por pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá. Esses impactos também são sentidos no dia a dia de acompanhamento dos pacientes do Polo de Atenção Integral à Saúde Mental (PAI) do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF), na Usina.

Conforme a psicóloga Juliana Alcântara, sintomas como tristeza, irritabilidade, isolamento social e falta de motivação podem afetar as relações e, mais ainda, a saúde mental de quem está ali dando suporte e apoio.

— Tratar de quem cuida é uma medida fundamental. É preciso evitar que familiares e cuidadores acabem adoecendo, o que é muito comum. Quando o paciente tem ideação suicida ou desejo de automutilação, familiares e cuidadores mal conseguem descansar, o que gera muita pressão, angústia e ansiedade. Muitas vezes, os familiares precisam deixar de trabalhar. É importante que todos se cuidem e entendam que o melhor remédio é a prevenção — enfatiza a médica, que dá dicas de cuidados:

— Sempre que destacamos saúde mental, estamos falando também de qualidade de vida e de práticas que promovem bem-estar – ensina ela. Entre as recomendações de Juliana para manter a saúde do corpo e da mente, estão a prática de atividade física, se possível, três vezes na semana, estar perto de pessoas queridas, valorizar momentos de lazer e fazer atividades que dão prazer.

— Recomendo ainda diminuir o tempo nas redes sociais e viver mais o presente, estar mais em contato com a natureza. Priorizar o sono também é muito importante, porque é nele que resgatamos as energias que gastamos durante o dia. E claro, se for necessário, não deixe de buscar ajuda profissional.

(*)com informação do Jornal Extra