Os deputados ainda não chegaram a um acordo sobre a votação da Medida Provisória 905/19, que cria o Contrato Verde e Amarelo. A sugestão de se retirar o texto negociado hoje em Plenário e mandar a voto o parecer da comissão mista acirrou os ânimos.
O relator da matéria, deputado Christino Aureo (PP-RJ), apresentou um novo texto nesta terça-feira após várias rodadas de negociação, mas, diante da obstrução que adiou os trabalhos por mais de seis horas, os partidos de centro ameaçaram retirar a emenda do relator para derrubar os destaques e acelerar a votação.
A oposição protestou. O deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE) disse que a manobra iria gerar um clima de retaliação. “Uma votação neste ambiente de retaliação e de vingança vai gerar um desfecho negativo para a sociedade e para o Parlamento”, disse.
A líder do PSL, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que o texto anterior era o preferido da bancada porque o relator fez “diversas concessões”. Ela afirmou, no entanto, que não seria contrária à preferência para a emenda com o objetivo de pacificar o Plenário.
O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), sugeriu que os partidos limitem os seus destaques em troca da manutenção da emenda do relator. “Assim trabalhamos em um ambiente de respeito mútuo, com as posições da oposição e dos partidos que querem votar a medida hoje”, disse.
O relator, Christino Aureo, afirmou que o texto apresentado hoje preserva apenas o que é prioritário da medida. “Precisamos ter consciência de que podemos, apesar da divergência, construir algo que seja bom para o País”, disse.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não descartou que os trabalhos avancem durante a madrugada desta quarta-feira. A medida perde a validade no dia 20 caso não seja votada na Câmara e no Senado.
(*)Com informações da Agência Câmara de Notícias