O deputado federal Heitor Freire (PSL) disse, nesta segunda-feira, em entrevista ao Jornal Alerta (FM 104.3 – Grande Fortaleza + 22 emissoras no Interior), que a bancada do Ceará age com autonomia para cada parlamentar definir quais são as prioridades na definição dos recursos ao Orçamento da União. Freire afirmou que se opôs à transferência de verbas das emendas de bancada para o Governo do Estado e para a Prefeitura de Fortaleza porque considera que cidades do Interior tem maior carência de obras e serviços que podem ser desenvolvidos com os recursos do Orçamento da União.

A bancada do Ceará apresentou emendas coletivas que somam um total de R$ 212 milhões e 600 mil e, para 2022, decidiu não atender o apelo do Governador Camilo Santana (PT) para destinar metade dos recursos para a construção das obras do Hospital da UECE no Bairro Itaperi, em Fortaleza.

Coube aos deputados federais e senadores, diante do impasse, decidir, de forma isolada, como destinar os recursos da parte que cabe a cada um parlamentar nas emendas de bancada. Essa parte representa R$ 8,5 milhões (R$ 212,6 milhões divididos por 25 parlamentares – 22 deputados federais e três senadores).

O deputado federal Heitor Freire afirma, na entrevista ao Jornal Alerta Geral, que contemplou, com esses recursos, a Polícia Civil, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e Prefeituras do Interior do Estado. Freire afirmou, ainda, que recebeu o convite, mas como tinha outro agenda não pode acompanhar o governador Camilo Santana nas obras do Hospital da UECE, no Bairro Itaperi, em Fortaleza.

Prévias tumultuadas e suspensas mostram fragilidade do PSDB; partido tenta evitar debandada

Os transtornos para os filiados escolherem o candidato do PSDB à Presidência da República nas eleições de 2022 entraram para a agenda do partido em um ano marcado por divisões internas e pela desarrumação que a sigla vive na tentativa de recuperar espaços e voltar ao protagonismo no quadro político nacional. A crise no PSDB ganha destaque, nesta segunda-feira (22), no Bate Papo Político, do Jornal Alerta Geral.

As prévias começaram e pararam no meio do caminho com os problemas técnicos que impediram o funcionamento do Aplicativo escolhido para os militantes votarem e escolherem o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. A pane no Aplicativo, adquirido por R$ 1,3 milhão, impediu mais de 90% dos filiados votarem.

Com 44.700 inscritos aptos a votar e escolher entre João Doria, Eduardo Leite e Artur Virgílio o nome a ser lançado à Presidência da República, o PSDB encerra o domingo com muita frustração. Os dirigentes nacionais, estaduais e municipais esperavam que o processo de prévias fosse concluído e o PSDB abrisse um novo caminho de reflexão para curar feridas e se reinventar.

O quadro interno é de mágoas e ressentimentos e sem qual for o desdobramento da disputa polarizada entre João Doria e Eduardo Leite, as divisões irão continuar. Dos dois lados, os descontentes resistirão a permanecer no ninho tucano.

DESINTERESSE DE FILIADOS MOSTRA ENFRAQUECIMENTO DO PSDB

A suspensão da votação talvez diminua as tensões internas, restabeleça um ambiente de bom senso e, quem sabe, de reconstrução para, antes mesmo da retomada da eleição interna, o entendimento entre as diferentes correntes abra o caminho para o diálogo e a unificação em busca do fortalecimento da chamada terceira via na corrida presidencial.

A crise interna no PSDB está retratada nos números: ao anunciar a realização de prévias para escolha do candidato ao Palácio do Planalto, a Executiva Nacional passou a definir as estratégias para atualizar o cadastro de 600 mil filiados. Desse contingente, apenas 44.700 filiados se recadastraram e estavam aptos a votar nas prévias.

Ao final de um domingo tumultuado, com o sistema eletrônico sem funcionar, bem menos de 10% desses eleitores votaram. Agora, o PSDB tem muitos desafios: um desses desafios é reunir os pré-candidatos e convencê-los a renunciar para, de forma consensual, ser escolhido o nome que consiga atrair mais apoio interno e externo. Claro que a retomada das prévias é a agenda principal. O processo continuará, porém, gerando mais feriadas internas.

A avaliação nos bastidores é que, entre tantos desafios, está, também, uma urgente ação para segurar os deputados federais que sinalizam apoio à reeleição e conter a ameaça de debandada, já iniciada com a saída da deputada federal Mara Rocha (AC). Outro integrante da bancada federal que está pronto para pular fora do ninho tucano é o cearense Danilo Forte.