Em virtude da pandemia do coronavírus, faz-se necessário que os municípios adotem medidas de isolamento social a fim de conter o avanço da doença, contudo, há ainda um fator que preocupa os gestores cearenses, a saber, as longas filas em agências bancárias e casas lotéricas. O tema foi destaque no Bate-Papo desta quinta-feira (09).

Apesar das recomendações para que todos fiquem em casa, muitos cearenses ainda precisam se deslocar para os bancos e agências lotéricas com o objetivo de sacar dinheiro de algum benefício, depositar alguma quantia ou pagar algum débito de cartão ou conta avulsa.

As aglomerações demandam uma ação mais rigorosa dos órgãos para que se evite a proximidade e consequentemente o contágio de covid-19, porém, muitas organizações ainda negligenciam as medidas adotadas em todo o país. O jornalista Beto Almeida, comenta no Alerta Geral em seu diálogo com o jornalista Luzenor de Oliveira, que a indiferença dos bancos e lotéricas frente ao problema que se apresenta, demonstra um descaso com a população de maneira geral:

“Isso coloca claramente o descaso que o setor financeiro tem primeiro com as autoridades constituídas, segundo com os próprios clientes e mais que isso, com os próprios funcionários deles”

Beto Almeida destaca que o Banco Central estabeleceu uma série de normas para as agências bancárias de todo o país, contudo, isso não vem ocorrendo. Algumas das ações são a disponibilização de álcool em gel, preservar uma distância entre as pessoas para evitar o contágio. “Alguma coisa precisa ser feita”, diz ele.

Venda de serviços

Com o dinheiro do auxílio emergencial já prestes a ser entregue no bolso do trabalhador cearense, muitos cidadãos se antecipam para criar suas contas nas lotéricas de maneira ágil e até articulando métodos para driblar a burocracia das agências financeiras.

Em meio a esse contexto, muitos bancos promovem a venda de serviços como o seguro, contudo, a ação deixa muitos trabalhadores confusos e constrangidos por acreditarem que a compra de serviços pode lhes garantir mais facilidade na abertura de uma conta poupança para receberem os R$ 600 reais.

O jornalista Luzenor de Oliveira que a melhor atitude neste momento seja abrir mão da venda destes serviços: “Talvez o mais correto fosse nesse momento a caixa econômica desautorizar as lotéricas a venderem esse tipo de seguro, talvez não seja o melhor momento para oferta desses produtos da Caixa Econômica Federal”

Beto Almeida, por sua vez, diz que as pessoas não obrigadas a aceitarem os serviços oferecidos pelos bancos para conseguirem obter aquilo que desejam e que se isso ocorrer é considerada uma manobra ilegal: “As pessoas não são obrigadas a aceitarem, mas nem todo mundo se sente a vontade, fica na realidade constrangido com aquela insistência, como quem fica condicionado a abertura à aquisição do produto. Não pode, venda casada não pode. Isso é flagrantemente ilegal!”