Os debates sobre a Reforma da Previdência passam pelo Estado do Ceará. O deputado federal eleito Mauro Filho (PDT), atual secretário de planejamento do Governo Estadual, desembarca, nessa segunda-feira (28), em Brasília, para participar de articulações com integrantes da equipe econômica do governo Bolsonaro.
Mauro Filho é especialista no assunto previdenciário e, como secretário da Fazenda na primeira gestão do governador Camilo Santana, definiu diretrizes para o reajuste da alíquota de servidores estaduais para a Previdência Social.
Além disso, durante a campanha do então candidato do PDT à presidência da República em 2018, Ciro Gomes, Mauro comandou a equipe responsável pela elaboração do projeto da reforma previdenciária.
O deputado cearense, que participará da reunião em Brasília com o secretário da Previdência Social, Rogério Marinho, e com o secretário adjunto, Leonardo Rolim, tem restrições ao sistema de capitalização.
“Nosso entendimento é que não funciona o sistema puro de capitalização, bancado só pelo trabalhador para as aposentadorias”, disse Mauro Filho.
Embora a prioridade das ações do Governo Federal sejam as ações a serem adotadas pela União em relação a tragédia de Brumadinho, o Palácio do Planalto tem, ao mesmo tempo, essa agenda da Previdência Social que precisa de atenção, uma vez que é desejo da equipe econômica que o projeto chegue ao Congresso Nacional no mês de fevereiro.
Para o jornalista Beto Almeida, o convite é um reconhecimento ao Estado do Ceará que, diferente de muitos outros, tem a questão da previdenciária sob controle, tanto que aprovou os critérios da nova previdência ainda no ano de 2018: aumentou de 11% para 14% a alíquota de contribuição de servidores e criou um teto de servidores igual ao da Previdência Social.
“Quando ele [Mauro Filho] questiona, por exemplo, a questão da previdência e principalmente a questão da capitalização é porque, realmente, é um dos pontos que é divisão hoje dentro do próprio governo. Mas, Mauro Filho vai poder contribuir em um outro ponto: qual é o tamanho da extensão dessa reforma”, questiona Beto Almeida.
O jornalista ainda quer saber: a nova reforma vai incluir todo mundo mesmo? Todas as categorias de servidores ou os militares vão ficar de fora?
Para Beto, o governo só vai ganhar essa “queda de braço” se passar para a população que a reforma vai vir para todo mundo.