A ampliação da malha aérea em Fortaleza e a criação de rotas turísticas nos destinos de serra devem aumentar a movimentação de visitantes nas regiões da Ibiapaba e de Baturité, permitindo uma maior diversificação dos produtos e serviços.

Dados da Secretaria de Turismo do Estado (Setur) mostram que de 2016 para 2017 o número de turistas nas cidades serranas cearenses cresceu 8,1%, passando de 1,3 milhão para mais de 1,4 milhão pessoas. “Nós vamos trabalhar esses destinos com mais força a partir de 2019 e a expectativa é que a visitação nesses lugares aumente com os anos. Acredito que o incremento da malha aérea no Ceará fortalece essa diversificação de destinos dentro do Estado”, disse o secretário da Setur, Arialdo Pinho.

De acordo com ele, há projetos em desenvolvimento para integrar destinos de praia e de serra. “Nós estamos trabalhando junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na rota Camocim (litoral)-Serra da Ibiapaba. O roteiro já está pronto e estamos trabalhando com as prefeituras o que pode ser feito”.

Além disso, Pinho disse que está buscando mais voos para o Cariri e desenvolvendo a aviação regional, com a construção de aeroportos e a parceria com aéreas. Ainda segundo a Setur, nas regiões da Ibiapaba e Baturité há 186 meios de hospedagem, 3.549 apartamentos, 8.955 leitos e uma ocupação hoteleira que chega a 53,5%.

A Secretaria informou que a maior parte dos visitantes são provenientes de cidades do Ceará e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí e Maranhão. “Nos estandes do Ceará em feiras nacionais e internacionais nós realizamos a divulgação dos destinos turísticos do Estado, entre eles, as cidades serranas”, explicou o secretário.

A partir desse trabalho de diversificação dos destinos cearenses, surgem projetos que dinamizam o turismo e a economia locais. É caso, por exemplo, do Caminhos do Maciço, programa de qualificação profissional e orientação técnica aplicado juntos aos pequenos negócios dos municípios de Baturité, Guaramiranga, Mulungu e Pacoti.

“Através do Caminhos nós podemos de uma forma inclusiva e horizontal envolver uma rede de mais de 130 negócios. A partir de diagnóstico do que existe nessas cidades convocar os equipamentos a terem um plano estratégico. A ideia é lançar esses equipamentos turísticos e novos no próximo ano e posicionar o Maciço como destino de turismo rural. Dessa forma a gente consegue ter um impacto econômico, com suporte de hotéis e restaurantes, puxando a cadeia produtiva do agronegócio e gerando empregos e divisas nessa região”, explicou Fabiana Gizele, articuladora do Sebrae na região do Maciço de Baturité.

Segundo ela, há projeções que apontam que com o projeto haverá aumento no número de visitantes no Maciço nos próximos anos. “O Caminho envolve mais governança local e uma gestão mais focada das secretarias de Turismo. Do ano passado para cá tivemos em média 700 visitas por mês. Este ano já cresceu para mais de 900 visitas. Com o fortalecimento do Caminhos esse número deve crescer 30%”.

Segundo ela, o destino âncora na região é Guaramiranga, mas com o projeto as outras cidades da região vão ganhar repercussão. “Baturité seria um destino comercial, Pacoti vai mais para a gastronomia. O fluxo de lá é mais forte por causa do corredor gastronômico. Mulungu tem muitas possibilidades de turismo de experiências e de turismo rural. Com o Caminhos vão haver posicionamentos como estes”, completou.

Fabiana também disse que atualmente a realidade regional aponta Fortaleza e adjacências como principais emissores de turistas. “Com a questão do aumento de voos nacionais e internacionais a região estão recebendo muitos holandeses, portugueses e italianos”.

Além do Caminhos do Maciço, desde 2013, existe a Rota Verde do Café, que interliga a fluência empreendedora do território no Turismo, Agronegócio e Economia Criativa.

Os empresários da região do Maciço estão empolgados com o Caminhos. Para José Valter, proprietário de três restaurantes em Baturité, os benefícios serão sentidos por todos. “Nós vamos ser beneficiados de uma forma geral, com o aumento de turistas e o incremento no número de empregos em vários setores”.

Ele disse que a região carecia de mais divulgação. “Em Baturité nós temos muitos pontos turísticos que não são explorados. Nós temos nessa área outras cidades da serra que possuem pontos turísticos para além de Guaramiranga. O Caminhos vai focar na região como um todo e não apenas em uma cidade. Baturité é mais um turismo religioso com muitas igrejas, o prédio dos jesuítas, o cruzeiros, a Santa de Nossa Senhora de Fátima, além das cachoeiras que estão dentro do município”, afirmou.

Com informações Aprece