Hoje, 8 de Março, é comemorado o dia internacional da mulher. O mês é marcado por homenagens, debates e, no âmbito do Poder Legislativo, apreciação de projetos que podem fortalecer a luta contra a violência. Há motivos para preocupação quando o assunto é criminalidade porque, no Brasil, uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas.

O boletim Elas vivem: dados que não se calam, lançado nesta semana pela Rede de Observatórios da Segurança, registrou 2.423 casos de violência contra a mulher em 2022, 495 deles feminicídios. São Paulo e Rio de Janeiro têm os números mais preocupantes, concentrando quase 60% do total de casos. Essa foi a terceira edição da pesquisa feita em sete estados: Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Piauí, os dois últimos monitorados pela primeira vez.

O Ceará deixou de liderar nos números de transfeminicídio, mas teve alta nos casos de violência sexual. O Piauí registrou 48 casos de feminicídio. O estado de São Paulo registrou 898 casos de violência, sendo um a cada 10 horas, enquanto o Rio de Janeiro teve uma alta de 45% de casos, com uma mulher vítima de violência a cada 17 horas. Além disso, os casos de violência sexual praticamente dobraram, passando de 39 para 75 no Rio de Janeiro.

Política

O Dia Internacional das Mulheres será marcado pelo anúncio de uma série de ações do Governo Federal que incidem diretamente na garantia de direitos das mulheres. O evento que vai oficializar essas iniciativas será nesta quarta (08), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), a partir das 11h, e terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, além de representantes de outros 19 ministérios, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNDES.
 

Na ocasião, o presidente assinará o Projeto de Lei a ser enviado ao Congresso Nacional para promover a igualdade salarial entre homens e mulheres que exerçam a mesma função. O texto prevê medidas para que empresas tenham maior transparência remuneratória e para ampliar a fiscalização e o combate à discriminação salarial.

Aqui no Ceará, o governador Elmano de Freitas e a vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero, realizam uma série de anúncios relacionados ao tema. Entre as iniciativas, ações de apoio a empreendedoras, incentivo à equidade de gênero no mercado de trabalho e ampliação de equipamentos de combate à violência contra a mulheres.